João Henriques, treinador do Santa Clara, em declarações na sala de imprensa do Estádio do Dragão, após a derrota por 2-0 frente ao FC Porto, em jogo da sexta ronda da Liga:


«O que disse na flash não é uma crítica à arbitragem, é uma crítica à análise posterior. Vou responder como uma questão. Um jogador abre a cabeça sozinho? Houve um cotovelo na cabeça do Fábio Cardoso. Se esse lance fosse no meio-campo não haveria falta e amarelo? Quando um jogador vem por trás para desarmar a bola e o adversário não se apercebe da sua presença e pontapeia-o não é penálti? 

O jogador do FC Porto não teve intenção, não viu o Fábio. Não devemos ser acéfalos em determinados momentos, devemos fazer as coisas justamente. FC Porto foi justo vencedor e foi mais forte. Não é um crítica, admito que o árbitro não tenha visto, mas o VAR tem de analisar.»

«Hoje não fomos competentes. Vamos analisar e ver o que fizemos de menos bem para estarmos melhores quarta-feira. Esse lance poderia-nos permitir, e é uma suposição, reentrar no jogo. Já estava 2-0 e poderíamos eventualmente reduzir e tentar discutir o jogo. Isso não coloca em causa a vitória do FC Porto. Nem fizemos um remate à baliza ou se fizemos o guarda-redes do FC Porto fez uma defesa fácil. Os árbitros erraram menos que nós e erraram para os dois lados. Foi uma arbitragem absolutamente normal. Agora ninguém gosta de ver um jogador com a cabeça aberta. Se fosse noutro local, era falta. 

Melhorámos agressividade com e sem bola na segunda parte. Na primeira parte fomos demasiados macios e não fomos competentes. Alterámos ao intervalo e fizemos uma segunda parte mais parecida com o que planeámos. Fomos mais agressivos, chegámos mais vezes à frente. O FC Porto com espaço e tempo é perigosos. Melhorámos, mas tivemos pouca chegada e pouca bola nas zonas de finalização para colocar em causa o resultado.»

[Houve mais mérito do FC Porto ou mais demérito do Santa Clara]:

«Penso que houve de ambos. Há mérito do FC Porto, é uma equipa forte, e demérito nosso. Recordo que o primeiro golo nasce numa transição que permitimos que acontecesse. Há um lançamento de linha lateral, um ressalto e cruzamento para o Zé Luís. Esse foi o nosso primeiro grande erro. Somos fortes na transição defensiva, mas não impedimos a saída do FC Porto nesse lance. O 1-0 era o que o FC Porto procurava para tranquilizar. Não fizemos o que devíamos ter feito na transição e no processo defensivo. Não queríamos ter as linhas baixas, pretendíamos condicionar a saída do FC Porto e a sua primeira fase de construção. Depois surgiu o 2-0 num autogolo, mas podia ter acontecido numa ou outra situação. Na segunda parte chegámos mais à frente, obrigámos o FC Porto a bater e fomos dividindo o jogo. Tivemos mais bola mas também permitimos mais situações ao FC Porto, sobretudo por erros nossos. Pedi aos jogadores para assumirem o jogo e disse-lhes que estava aqui para dar o peito às balas. Não quero ninguém com medo de assumir o jogo.»