Fernando Gomes deu uma entrevista à revista «360», da própria Federação, na qual fez um balanço dos primeiros três anos de mandato.
 
Nesta altura a maior preocupação do presidente está na construção da Cidade do Futebol e na reformulação dos quadros competitivos, criando mais proteção para o jogador português.
 
No entanto, e para além destes dois desígnios, como Fernando Gomes lhe chama, há uma preocupação óbvia com a formação.
 
Nesse sentido, o dirigente manifesta a vontade de aumentar o número de equipas B, não só de clubes da Liga mas também da II Liga, as quais podem competir no Campeonato Nacional de Seniores, e há também a vontade de credenciar as escolas de futebol, federar os jogadores dessas escolas e integrá-los num plano geral de desenvolvimento do futebol.
 
Confira a seguir os principais tópicos da entrevista.
 
Aumento das equipas B:
«Têm sido feitas abordagens no sentido de potenciar e possibilitar o aparecimento de mais equipas B, não só da I Liga mas também da II Liga.
 
Os resultados obtidos durante estes três anos, com a introdução das equipas B na II Liga, permitiram que um conjunto de jovens tivesse um espaço competitivo mais aprofundado, com bons resultados na seleção sub-21 e na seleção sub-19.
 
Pegando nesses exemplos não deixaremos de analisar essa possibilidade. Obviamente não pode ser um campeonato só de equipas B, porque aí faltaria a componente competitiva fundamental para o crescimento dos jovens, mas podemos criar esse espaço no Campeonato Nacional de Seniores.»
 
Candidatura ao Comité Executivo da UEFA:
«Temos de tomar uma decisão até ao fim do ano. Em condições normais, não deixaremos de apresentar a nossa candidatura em março de 2015 ao Comité Executivo da UEFA.
 
Quando o fizemos em 2013 foi com o sentimento de dar o nosso contributo, tal com muitos portugueses têm dado, nas instâncias internacionais da UEFA.»
 
Cidade do Futebol:
«Aquilo que sentíamos é que não tínhamos a nossa casa, a casa onde sistematicamente pudéssemos desenvolver a nossa atividade. A Cidade do Futebol vai trazer evidentes melhorias de rentabilidade, de sinergias, de interligação entre as várias equipas técnicas.
 
Vamos ter um espaço privilegiado para estabelecer um regime de proximidade que é muito importante.»
 
Credenciação das Escolas de Futebol:
«A Federação devia fazer um trabalho ao nível da credenciação das escolas de futebol. Por uma questão de enquadramento legislativo, mas também para analisarmos, certificarmos e interligarmos as escolas de futebol com plano global de desenvolvimento.
 
Nós temos uma estimativa de que existem 400 mil atletas em Portugal a praticar futebol. Portanto quando temos 150 ou 160 mil inscritos na Federação, há aqui uma componente muito grande de praticantes de futebol sem inscrição.
 
Por isso vamos analisar essa possibilidade de interligar essas escolas com o plano global de desenvolvimento.»
 
Balanço do mandato:
«Mais de 80 por cento dos compromissos assumidos aquando da nossa candidatura estão cumpridos.
 
Há dois grandes desígnios fundamentais: a construção da Cidade do Futebol e a reformulação dos quadros competitivos desde o topo até à base, com a proteção do jogador português.
 
Temos muitas expetativas que consigamos levar este dois desígnios a bom porto durante o resto do mandato.»