O Belenenses de Quim Machado bateu o Marítimo ao final da manhã deste sábado e continua a escalar lugares na classificação, alcançando os madeirenses na classificação e alimentando uma série de cinco jogos sem derrotas. O último desaire dos «azuis» já data de finais de outubro e hoje somou a segunda vitória com três empates pelo meio, um deles em pleno Dragão para a Taça da Liga. Uma bela série dos «azuis» do Restelo que, a jogar assim, ameaçam imiscuir-se pelos lugares de acesso à Europa.

Confira a FICHA DO JOGO

Uma equipa que não perde há mais de um mês, mas que se destaca, acima de tudo, pela sua propensão ofensiva, característica natural nas equipas de Quim Machado. Num jogo equilibrado desde o primeiro apito de Jorge Ferreira, valeu à equipa de Belém um pormenor fabuloso no calcanhar de Sturgeon e a eficácia de Gerso para somar mais três pontos.

Em equipa que ganha ou que, pelo menos, não perde não se mexe. Quim Machado e Daniel Ramos levaram esta máxima do futebol português à letra. Os lisboetas, numa série que inclui dois empates com o FC Porto, repetiram praticamente o onze da ronda anterior, apenas com o regressado Yebda a entrar para o lugar do castigado Vítor Gomes. Os madeirenses foram ainda mais rigorosos e repetiram exatamente o mesmo onze que há uma semana surpreendeu o campeão Benfica nos Barreiros.

Duas equipas em alta com enorme respeito pelo adversário. O jogo começou com uma toada lenta, com o Marítimo com mais posse de bola diante de um Belenenses bem fechado em termos defensivos, procurando surpreender nas transições. Um jogo de equilíbrios, com as equipas a apostar tudo na consistência defensiva e com paciência para esperar por um erro do adversário, mas sem fazer muito para o forçar.

Fabuloso calcanhar de Sturgeon

Éber Bessa, num lance individual, procurou destabilizar a organização azul, aos 13 minutos, com uma entrada fulgurante na área, mas depois não conseguiu fazer chegar a bola nas melhores condições para a finalização de Edgar Costa. Melhor o Belenenses na resposta, aos 29 minutos, num grande lance de Sturgeon. Uma jogada que começa com polémica e que acaba em golo. Sturgeon caiu na área pressionado por Erdem Sem, o árbitro mandou seguir, o Belenenses recuperou a bola e Sturgeon enganou toda a gente, com um passe de calcanhar a destacar Gerso que atirou a contar.

O Marítimo, sempre numa toada lenta, não conseguiu reagir até ao intervalo e a última oportunidade no primeiro tempo, já em tempo de compensação, foi mesmo do Belenenses, num lance individual do lateral Florent Hanin que passou por toda a gente, foi até à linha de fundo e cruzou tenso para o segundo poste onde surgiu Sturgeon a atira contra Erdem Sem.

Daniel Ramos não esperou mais e, logo a abrir a segunda parte, juntou Djoussé a Ghazaryan, desdobrando a equipa num 4x4x2, com Edgar Costa e António Xavier a alargar o jogo sobre as alas. Ainda assim, a primeira oportunidade no segundo tempo voltou a ser do Belenenses, num remate de Gerso a rasar a barra. Os madeirenses procuravam acelerar o ritmo de jogo, enquanto o Belenenses procurava explorar o espaço que o adversário deixava nas suas costas e voltou a estar perto do golo, numa recuperação de Camará que destacou Sturgeon para um remate cruzado ao lado.

Quim Machado procurava manter viva a resposta da sua equipa, refrescando as unidades mais desgastadas, com destaque para a boa entrada de Miguel Rosa, enquanto Daniel Ramos arriscava mais no ataque, lançando Brito para a contenda. Os choques multiplicaram-se na zona central do terreno, obrigando Jorge Ferreira a recorrer a muitos amarelos para refrear o ímpeto dos jogadores.

Até final, o Marítimo, que contou com forte apoio no Restelo, mal conseguiu beliscar a boa organização do Belenenses que acabou premiado com mais três pontos e a subida ao sexto lugar, com vista para a Europa.