Não, não é só o resultado que importa. A discussão é velha, os argumentos são múltiplos de parte a parte, mas quem joga melhor está sempre mais perto de o ganhar.

O Farense jogou bem e melhor que o Boavista e portanto, venceu no Bessa. O «chavão» mais usado por todos os treinadores é que todos os jogos são importantes. De facto, este era importante para os dois emblemas fruto da posição delicada que ocupam na tabela.

O primeiro quarto de hora dos algarvios foi muito bom. O Farense encontrou espaço para jogar tanto por dentro como pelos corredores laterais e conquistou um penálti logo aos dois minutos. Porém, Gauld permitiu a defesa de Léo.

O penálti desperdiçado não beliscou a postura e a mentalidade dos Leões de Faro que continuaram a dominar o jogo. Pouco depois, o guarda-redes axadrezado negou o golo em duas ocasiões: primeiro a Pedro Henrique e depois a Gauld. Em 15 minutos, o Farense já tinha feito o suficiente para estar a ganhar.

A pouco e pouco, a Pantera conseguiu retaliar e começou a ter alguma posse de bola no meio-campo contrário. Faltou-lhe, contudo, ser mais agressiva no ataque à baliza de Beto e apenas somou um remate por Sauer que o estreante guarda-redes travou com relativa facilidade.

O Farense usava, preferencialmente, o corredor direito para ferir o adversário. Numa dessas ocasiões, Bilel encontrou Licá que trabalhou bem sobre Cannon e disparou para o 0-1. Justo, sublinhe-se.

Sem grandes ocorrências até ao intervalo, a segunda parte começou com um remate de fora da área de Suaer – de longe, o mais inconformado da equipa de Jesualdo Ferreira. Por sua vez, o Farense não exibiu a superioridade do primeiro tempo, mas ainda assim foi capaz de assustar Léo com dois remates aos ferros de Gauld e Licá.

É verdade que Jesualdo acrescentou poder de fogo ao ataque com a entrada de Benguche. No entanto, o Boavista não atacou mais ou melhor e a única grande situação para marcar surgiu por Elis após um remate de Angel contra a barreira.

Nos instantes finais, Léo voltou a exibir-se a um nível altíssimo e impediu os golos de Mansilha e Isidoro. Não fosse pelo guarda-redes e o resultado poderia ter sido mais pesado para o Boavista. Por sua vez, o Farense chegou aos 22 pontos e ultrapassou Nacional, Boavista e Marítimo.