Figura: Léo Jardim

O bom velho Léo está de volta. O guarda-redes fez uma exibição de nível altíssimo, lembrando a primeira passagem pela Liga. Léo não foi exuberante, mas sim eficaz e prático: começou por defender um penálti aos dois minutos, travou um cabeceamento de Pedro Henrique na área e voou para negar (outra vez) o golo a Ryan Gauld. Mais tarde, o guardião cedido pelo Lille impediu os golos de Mansilha e Isidora. Não fosse Léo e o resultado poderia ter sido mais pesado para o Boavista.

Momento: Licá marca as diferenças, minuto 25

Depois de um penálti e de um cabeceamento defendidos por Léo, o Farense quebrou, por fim, a resistência axadrezada. Na sequência de um cruzamento de Bilel, Licá dominou na área e procurou o pé direito para rematar. A bola saiu rasteiro do pé direito do jogador dos algarvios e entrou junto ao poste mais próximo da baliza do Boavista. Esse golo acabaria por marcar as diferenças entre os dois conjuntos.

Outros destaques:

Gauld: o escocês começou por falhar um penálti antes de espalhar qualidade no Bessa. O jovem médio jogou com uma inteligência rara, praticamente não falhou um passe e soube sempre que terrenos pisar para jogar entrelinhas. Mesmo depois da grande penalidade, Gauld esteve perto do golo num pontapé de meia-distância e num disparo à trave.

Bilel: o extremo merece o destaque pela primeira parte que assinou. Bilel foi, a par de Gauld, o jogador mais solicitado para chegar à baliza axadrezada. Combinou bem com Tomás Tavares e fartou-se de colocar em sentido a defesa contrária com cruzamentos de qualidade da direita. Se Pedro Henrique desperdiçou o primeiro passe para golo do francês, Licá aproveitou e fez o golo decisivo. Bilel caiu de produção na segunda parte um pouco à semelhança de toda a equipa.

Sauer: o esquerdino tem o mérito de ter tentado lutar contra a letargia que contagiou os homens de camisolas ao xadrez durante a primeira parte. Sauer foi o responsável pelos dois remates perigosos à baliza contrária – ambos acabaram nas mãos de Beto – do Boavista em mais de 50 minutos. Estranhamente, acabou substituído aos 64 minutos.

Beto: é um guarda-redes de grande nível e voltou a prová-lo na sua estreia pelos Leões de Faro. Beto fartou-se de falar o jogo todo: ora a dar instruções, ora a corrigir os colegas, ora a falar com o árbitro. Enfim, foi um tratado do que deve ser o papel de um guardião. Ao mesmo tempo, o internacional português defendeu uma bola de golo de Elis e contribuiu, de forma decisiva, para o triunfo algarvio no Bessa.