A figura: Jonas, o detonador
O cognome acompanha-o desde que saltou para a ribalta ao conquistar o título de melhor marcador do Brasileirão. E funciona na perfeição no Estádio da Luz. O brasileiro, recrutado já com a temporada em andamento, habituou os adeptos aos golos e cada vez que coloca a bola na baliza adversária provoca uma explosão de alegria. Foi, assim, diante do Nacional da Madeira, já que, uma vez mais, foi ele quem desatou o nó do jogo. Teve várias outras oportunidades para ser feliz (12’, 34’ e 45’), mas só na segunda parte voltou a levar a Luz quando marcou o terceiro dos encarnados e patrocinou o momento do jogo.

FICHA DO BENFICA-NACIONAL

CRÓNICA BENFICA-NACIONAL
 
O momento: Minuto 60: classe de Jonas
O momento da tarde teve o alto patrocínio de dois dos melhores jogadores em campo, numa espécie de repetição do que foi o primeiro golo dos encarnados. Aceleração (mais uma) de Eduardo Salvio, passe para Jonas e uma finalização imaculada do brasileiro que levou a bola a embater no travessão antes de transpor a linha de golo. O camisola 17 deixou o relvado pouco depois e o público prestou-lhe a devida vénia com uma salva de palmas.
 
Outros destaques:
 
Nicolas Gaitán
Regressou à equipa após a derrota em Vila do Conde e logo se tornou personagem principal da vitória diante do Nacional da Madeira. Jorge Jesus chamou-lhe líder e o camisa dez fez jus ao número que carrega nas costas. Constantemente à procura da bola para adornar os lances de ataque dos encarnados, como exemplifica o lance que do segundo golo em que desbravou caminho até à área insular antes de colocar a bola na cabeça de Lima. Encantou a Luz.  
 
Eduardo Salvio
Enquanto o compatriota do lado contrário empresta magia, Salvio é o acelera da equipa. Pode estar mais ou menos inspirado, mas quando a bola chega aos seus pés o jogo aumenta, garantidamente, de velocidade. Foi em alta rotação que passou pelos adversários antes de oferecer a Jonas os seus dois golos da tarde. Teve o discernimento de procurar zonas mais interiores quando era necessário abrir a passadeira a Maxi Pereira e podia, inclusivamente, ter marcado mas faltou pontaria. Boa exibição do extremo argentino.
 
Lima
O avançado brasileiro não esteve tão exuberante como o companheiro de ataque, mas, ainda assim, deixou a sua marca no jogo ao assinar o segundo golo dos encarnados. Não tem o perfil matador dos homens de área, mas acaba por ser tremendamente útil a abrir espaços e a jogar entre linhas. Ainda teve oportunidade de voltar marcar, na segunda parte, mas Gottardi fechou-lhe a porta. Tem, ainda, o mérito de ser o primeiro defensor da equipa, condicionando a primeira fase de construção do adversário.
 
Eduardo Gottardi
Sofreu três golos, mas deixa o Estádio da Luz com a consciência de que não fossem as suas intervenções e o resultado podia ter sido mais desnivelado, fechado a baliza a iniciativas de Jonas (três vezes), Salvio, Talisca, Eliseu e Lima. Nada podia fazes nos lances que terminaram no fundo da sua baliza.

Tiago Rodrigues e Christian
Os dois criativos do Nacional foram lançados por Manuel Machado no início da segunda metade e melhoraram, substancialmente, a estratégia madeirense. Tiago Rodrigues apontou, inclusivamente, o golo do Nacional, num remate de meia distância, enquanto Christian, também de longe, causou apreensão nos adeptos encarnados.
 
Prémio azar: Talisca
Depois de se ter lesionado ao serviço da Seleção Olímpica do Brasil, Anderson Talisca continua em maré de azar. O brasileiro foi obrigado a abandonar o relvado com um problema na mão apenas 15 minutos depois de ter sido lançado por Jorge Jesus. Ainda teve tempo de visar a baliza de Gottardi, mas não foi feliz.