Com o carrossel completo a viagem é mais alucinante. O Nacional que o diga, que não evitou que o jogo da Luz tivesse sentido único. Nico Gaitán voltou ao «onze» e o Benfica garantiu uma vitória indiscutível, pincelada com momentos de grande qualidade técnica, proporcionados também por Pizzi, Lima, Salvio e sobretudo Jonas, que bisou.

FILME DO JOGO

O Nacional ainda surpreendeu na entrada em campo, mas a inteligência tática do Benfica e sobretudo a qualidade técnica dos seus jogadores acabou por traçar a diferença.

A equipa madeirense só conseguiu criar perigo a meio da segunda parte, e na verdade até ameaçou reentrar na discussão do jogo, mas a superioridade do Benfica foi evidente. O golo de Tiago Rodrigues evitou, contudo, que o líder da Liga somasse o décimo jogo consecutivo sem sofrer golos em casa.

O efeito surpresa durou pouco

Se o regresso de Gaitán ao «onze» do Benfica e a aposta em Lisandro para render o castigo Luisão eram esperados, Manuel Machado surpreendeu ao deixar Marçal e Tiago Rodrigues no banco do Nacional, mas sobretudo ao trocar o 4x3x3 habitual por um 4x4x2 que procurava encaixar totalmente no posicionamento do Benfica.

Os centrais Zainadine e Rui Correia jogaram de igual para igual com Jonas e Lima, com Ghazal atento a Pizzi e Gomaa a encostar mais em Samaris. Marco Matias e Luís Aurélio jogaram nas alas e Wagner, o autor do golo do empate frente ao FC Porto, nas costas de Lucas João.

O efeito surpresa causou alguns problemas iniciais ao Benfica, mas não mais do que dez minutos. Bem consolidada taticamente, a equipa de Jorge Jesus soube adaptar-se às circunstâncias. Salvio e Gaitán (sobretudo este último) foram procurando desequilíbrios em espaços interiores, ao mesmo tempo que a projeção ofensiva de Maxi e Eliseu dava largura ao ataque encarnado.

DESTAQUES DO ENCONTRO

Foi pelas alas que o Benfica conseguiu fazer a diferença, primeiro com uma combinação entre Maxi e Salvio que resultou no golo inaugural de Jonas (21m), e depois Gaitán, servido por Eliseu, a cruzar venenosamente para o tento de Lima (31m).

Ao intervalo a vantagem era de dois golos, mas até podia ser maior, que a equipa da casa teve oportunidades para tal. Só Jonas teve mais três ocasiões, e na última delas, mesmo à beira do intervalo, tinha tudo para marcar, mas o cabeceamento à entrada da pequena área saiu à figura de Gottardi.

A descompressão que terminou com o ciclo de segurança

Insatisfeito com o desenrolar dos acontecimentos, e tendo em conta que o Nacional não fez qualquer remate na primeira parte, Manuel Machado decidiu lançar Christian e Tiago Rodrigues ao intervalo, para os lugares de Ghazal e Wagner.

A equipa madeirense recuperou o 4x3x3, mas o jogo continuou a ter sentido único, e dez minutos depois o técnico visitante juntou Soares e Lucas João, prescindindo de Gomaa.

Com claro ascendente no jogo, o Benfica esteve muito perto de marcar ao minuto 57, mas Salvio cabeceou ligeiramente ao lado, depois de mais um cruzamento fantástico de Gaitán. Dois minutos depois a equipa da casa marcou mesmo, novamente por Jonas, com um espantoso remate de fora da área, com a bola a bater na barreira e a entrar ao ângulo superior direito.

Ao terceiro golo de vantagem o Benfica entrou em excesso de descompressão, contudo, e o Nacional aproveitou para (finalmente) incomodar Júlio César. O primeiro remate da equipa madeirense surgiu ao minuto 66, com um cabeceamento de Lucas João que saiu ao lado, mas à segunda tentativa a equipa madeirense marcou mesmo, num pontapé de ressaca de Tiago Rodrigues (74m).

Dois minutos depois Christian, o outro jogador lançado por Manuel Machado ao intervalo, ficou a centímetros do golo com novo remate de fora da área.

Jesus lançou Rúben Amorim e o Benfica recuperou o controlo do jogo, ainda que tenha depois perdido Talisca, que tinha sido a primeira opção saída do banco. Depois da concussão cerebral sofrida ao serviço da seleção olímpica do Brasil o médio voltou a ser vítima do azar, com uma lesão na mão direita.