Marco Silva começou a trabalhar logo no dia a seguir à apresentação e vive neste momento uma lua de mel com o clube leonino. O treinador admite que o Sporting «está sedento de títulos» e não foge a essa responsabilidade. Mas neste momento a preocupação é preparar bem a época.

Por exemplo com reforços.

«Sei que levantou alguma celeuma ter havido duas contratações antes da minha chegada, mas o Sporting tem uma estrutura para o futebol», referiu.

«Mesmo não estando por dentro destes processos, diria que se calhar depois podia não ser possível fazer essas contratações como tantas vezes acontece. Mas diria que conheço muito melhor um do que o outro.»

«O Paulo Oliveira, sim. Não é por acaso que todos os clubes de maior nomeada estavam a seguir de forma atenta o seu percurso. É internacional português sub-21, tem um grande potencial e encaixa muito bem naquilo que pretendemos.»

Já Slavchev, acrescentou, é um jogador para aumentar a competitividade num meio campo forte.

«É um jogador jovem mas que já fazia parte dos capitães. Mostrou uma capacidade goleadora fantástica para a posição em que joga. É um box-to-box com boa chegada à área, mas que terá o seu período normal de adaptação. Dentro da estrutura do meio campo que existe, e que deu uma resposta fantástica no último ano, vem para dar maior competitividade.»

«Não tiveram o meu aval mas são dois bons reforços. Houve um trabalho grande de pesquisa sobre os jogadores por parte do Sporting e penso que acertámos nos primeiros reforços.»

Nesta entrevista ao jornal do Sporting, a primeira grande entrevista, Marco Silva deixou bem claro que mais importante do que os reforços são os jogadores que passam da última época.

William Carvalho é o caso mais óbvio: ele foi o melhor jogador da última época para Marco Silva.

«O Sporting destacou-se este ano como um todo, desde o Rui Patrício até ao elemento mais avançado. Conseguiu jogar à Sporting, ser coeso e solidário. Talvez pela surpresa, porque muitos não conheciam ao certo o valor e potencial, houve um jogador que foi revelação, confirmação e talvez o melhor jogador da Liga: o William Carvalho.» 



«Mais importante do que reforços, é o que temos»

O treinador leonino diz que começou «a trabalhar logo no dia seguinte à apresentação» e desde então trabalhou «todos os dias com a estrutura». «Tive o prazer de entrar na Academia pela primeira vez como membro desta casa. Existem condições de trabalho fantásticas, que nos dão todos os meios para potenciarmos jogadores e sermos mais fortes.»

É isso que quer fazer.

«Em Alvalade e na Academia temos mantido alguns encontros para preparar a próxima época. Há aspetos de pré-época que devem ser trabalhados. Quando falamos de retoques ou reforços, muito mais importante é falar do que temos, isso sim», destacou.

«É óbvio que há aspetos a melhorar, até porque o plantel que tínhamos era curto em termos de quantidade face aos desafios que temos pela frente. Qualidade temos, e isso deixa-me satisfeito, mas há sempre aspetos que tentaremos melhorar.»

A formação será sempre olhada como uma fonte de talento ali à mão.

«Estamos a falar de um clube que tem uma das melhores escolas de formação do mundo, mas não acredito que vá apostar mais por ser um treinador jovem. Não vou muito pela idade, o fundamental é a competência, e quando temos camadas jovens deste nível a aposta é normal porque há muita qualidade e trabalha-se bem.»

«Aceitar o convite foi muito rápido mesmo...»

Pelo caminho Marco Silva elogiou a estrutura que encontrou no clube. Diz que há «aquilo que chamaria de Sporting a uma só voz».

«Mesmo em alguns momentos menos bons, que também existem, houve sempre um grande apoio da estrutura, o que acabou por levar também a um grande apoio dos adeptos. Não havendo divisões, é tudo menos difícil.»

Percebeu isso e encontrou muita determinação na direção do Sporting. Por isso não hesitou quando foi convidado a pegar na equipa.

«Desde o primeiro momento em que o presidente me convidou para este projeto, não houve hesitação nenhuma. A minha concordância e o meu sim foram automáticos, não houve muitos aspetos a falar ou negociar. Isso mostra bem o prazer e o orgulho com que encarei este desafio para a minha carreira. Aceitar o convite foi muito rápido mesmo...», disse

«Com a dimensão e o projeto do Sporting, a abordagem foi tão clara e objetiva que mostrou muita confiança em mim e no nosso trabalho. Não poderia pensar muito, até porque existem aspetos importantes para mim que nem consegui pensar, e a resposta foi imediata.»

Liga dos Campeões... ou Liga Europa

Por fim, claro, a Liga dos Campeões. Um sonho que regressa a Alvalade.

«Será um momento fantástico para clube, adeptos e jogadores, que tanto lutaram para lá chegar. Mas devemos ter a consciência que estamos no pote 3, não será fácil. Temos de ver o que o sorteio vai ditar e pensar jogo a jogo, sabendo que estamos no nível mais alto da Europa», referiu.

«Devemos jogar sempre para ganhar, sabendo que existe uma possibilidade de continuar na Liga dos Campeões ou de passar para a Liga Europa. Ninguém perde nada sem jogar, e esse será o nosso lema.»