Quase três meses sem vitórias para a Liga, um calendário difícil, e algum infortúnio ajudam a explicar a queda do Arouca, na última jornada, para a zona de despromoção. O revés foi sentido como um soco no estômago no plantel de Pedro Emanuel, mas os jogadores, bem à imagem do técnico, prometem arregaçar as mangas e ir à luta.
 
«Quem anda há muitos anos no futebol sabe o quanto custa andar nos lugares de baixo. Dou um exemplo, frente ao V. Guimarães. Fizemos um jogo praticamente perfeito contra uma equipa do topo da tabela, que teve a pontinha de sorte que as equipas que andam cá em baixo não costumam ter», começou por explicar Nuno Coelho, esta sexta-feira, na antevisão da partida.  
 
«Quando uma pessoa está em baixo acontece alguma coisa que nos mete ainda mais para baixo. Daí a dificuldade de lá sair. Mas acho que não podemos entrar em desespero. As grandes famílias e grupos, como o nosso, sabem que é nos momentos difíceis terão de estar unidos e não dispersar. Todos juntos, como uma verdadeira família, vamos conseguir alterar esta situação, a começar já por este domingo», prosseguiu, numa mensagem de esperança.
 
«Está a ser uma boa semana de trabalho, que queremos passar para o jogo, algo que não temos conseguido fazer. Com a ajuda dos nossos adeptos, que vai ser muito importante, acredito que será desta», reforçou, ciente da dureza do desafio:
 
«O Marítimo tem um dos melhores marcadores da I Liga [Mazoou] e só isso diz bem do que podem fazer na frente. Vai-me dar trabalho a mim? Sim, exatamente [risos]. Temos noção de que é mais um jogo complicado, diante de um adversário que luta claramente para outros objetivos, normalmente candidata à Europa, uma equipa de muita qualidade.»
 
O jogo a meio da semana dos maritimistas, para a Taça de Portugal, com prolongamento, não será, para o defesa, uma vantagem para os da casa: «São competições diferentes. No final o que conta é que passaram e, por isso, saíram do jogo moralizados por terem chegado aos quartos-de-final.  Foram mais 30 minutos de jogo, mas, hoje em dia, as equipas estão preparadas para jogar de três em três dias.»
 
Nem isso, nem o facto de a equipa de Leonel Pontes ser tímida fora dos Barreiros: «São estatísticas, temos uma vitória em casa e outra fora, têm ganho mais em caso, mas vejo o jogo de semana a semana, se puder vencer fora, não vai querer vencer apenas entre portas. Os números dizem que terão mais dificuldades, mas será um jogo sempre complicado para ambos. »