Febre amarela na Capital do Móvel, vitória do Paços de Ferreira sobre o Sp. Braga e o sexto lugar a um ponto de distância. O clube arsenalista vem alimentar-se à Mata Real (Paulo Fonseca e Marafona, para além de Luiz Carlos e Josué, que também passaram por cá) mas os castores não perdem a identidade, reinventam-se e mantém a pose altiva. Um shot de Jota aqueceu o sábado à noite.

Houve um jogo antes e depois de mais uma demonstração de talento por parte de Diogo Jota. O avançado do Paços de Ferreira marcou pelo terceiro jogo consecutivo e quebrou o aparente pacto de não-agressão, premiando a ousadia pacense. Depois de garantir vitórias frente a FC Porto (1-0) e U. Madeira (3-4), novo festejo do jovem.

O encontro caminhava para o intervalo e Diogo Jota surgia como antídoto para a monotonia. O jogador contratado pelo At. Madrid começou por falhar um chapéu a Marafona, com o pé direito, mas puxou pela canhota, pouco depois, para marcar o 14º golo da época (12 na Liga).

Com 39 minutos de jogo, Jota surgiu pelo corredor central, tabelou com Bruno Moreira e atirou cruzado, rasteiro, para fora do alcance de um antigo companheiro de equipa. Marafona reencontrou-se com o Paços, tal como Luiz Carlos, Josué e a equipa técnica liderada por Paulo Fonseca.

JOTA E OS OUTROS: OS DESTAQUES

O treinador do Sp. Braga admitiu que este regresso a Paços de Ferreira, onde continua a morar, tinha um caráter especial e não esqueceu certamente que Jorge Simão, seu sucessor, apresentou como objetivo a superação dos 48 pontos conquistados na época passada. Algo que não lhe caiu bem.

Sem Rafa nem Djavan, para além de Baiano e Pedro Santos, a formação arsenalista teve de reinventar o seu jogo pelos flancos. Se Ringstad teve nota positiva, Filipe Augusto acabou por ser uma aposta falhada. O médio raramente entrou no jogo e sucumbiu a uma lesão na primeira meia-hora.

Filipe Augusto tinha ordens para derivar entre a direita e o centro, tal como Josué, mas o Sp. Braga criava pouco perigo no jogo interior e assistia à superioridade do Paços pelos flancos.

FICHA DE JOGO E AS NOTAS

Carlos Xistra lidou com as queixas de P. Ferreira e Sp. Braga por lances nas áreas contrárias. Primeiro os castores a pedir mão de Boly (5m), depois os guerreiros a reclamar carga sobre Stojiljkovic (19m). O juíz de Castelo Branco nada marcou.

Rodrigo Antônio e Pelé colocaram Marafona à prova, na sequência de livres, mas seria Diogo Jota a agitar as hostes a caminho do intervalo.

Arsenalistas insistem no jogo centralizado

Em desvantagem, o Sp. Braga regressou com outra postura para a etapa complementar e insistiu no seu jogo centralizado, com Stojiljkovic e Hassan a obrigarem a inúmeras compensações no eixo defensivos dos castores.

Sem criar grandes oportunidades de golo, a equipa de Paulo Fonseca ia empurrando o Paços de Ferreira e Jorge Simão respondeu de forma audaz, trocando o versátil Minhoca pelo possante Cícero. Bruno Moreira recuava a defender mas no fundo a equipa local tinha em campo dois avançados de peso e conseguiu com isso ameaçar o 2-0.

Wilson Eduardo ia ensaiando algumas derivações da direita para o centro, Josué tentava lançar o jogo arsenalista e Stojiljkovic procurava compensar a falta de inspiração de Hassan. Crislan ainda substituiu o egípcio mas o resultado foi o mesmo: zero.

Na reta final do encontro a solução passou por raides aéreos à baliza de Rafael Defendi mas a muralha pacense demonstrou estabilidade nessa fase.

Já em tempo de compensação, em momentos escaldantes (Crislan arranjou confusão com o banco do Paços) Wilson Eduardo pediu grande penalidade em lance com Bruno Santos. Duvidoso. Não era definitivamente a noite do Sp. Braga.