A FIGURA: Adrien Silva

Que classe. O golo, em cima do intervalo, é brilhante e o corolário de uma exibição muito positiva do médio. Já tinha impressionado numa arrancada pela esquerda que deixou três pacenses pregados ao relvado, mas como os frutos da mesma não existiram será o golo, em pontapé acrobático, que todos irão lembrar. E, os mais atentos, talvez apontem também os quilómetros percorridos, as recuperações e os passes bem calculados, empurrando o Sporting para a frente depois de um início que não foi fácil.

O MOMENTO: Coates e um corte que vale dois pontos

Minuto 88. Claro que o ponto alto do jogo será sempre o golo de Adrien, porque o decidiu e porque foi belíssimo, mas há alturas em que apetece gritar que um defesa também faz um golo, na sua área. Foi o que Coates conseguiu a dois minutos do fim quando Cícero tinha tudo para fazer o empate e gelar o ânimo leonino. Não lhe ganhou o corpo a corpo, fez o carrinho perfeito e desviou-lhe a bola com a ponta do pé. Decisivo.

OUTROS DESTAQUES

Slimani

Nem entrou particularmente bem no jogo, sobretudo no capítulo do passe. Quando tentou vir buscar bolas mais atrás e participar na construção decidiu mal vezes de mais. Mas o remate que Defendi, brilhantemente, evitou que desse golo ao minuto 39 pareceu espevita-lo. E no lance do golo de Adrien pode reclamar para si alguma da percentagem de mérito do mesmo. Incansável, não desistiu de uma bola que parecia perdida e recuperou-a para Bruno César voltar a colocar na área onde o desejado golo surgiu. Faltou marcar também ele e até teve uma soberana ocasião, no segundo tempo, falhando uma emenda a centro de Gelson para uma baliza deserta.

Gelson

Bom jogo a deixar água na boca para uma época que pode ser a da afirmação. Assistiu Adrien para o golo, de cabeça, e só não somou outro passe decisivo porque Slimani desperdiçou o centro rasteiro que lhe entregou já na segunda parte. Faltou-lhe ser mais expedito na hora do remate. Teve dois ou três momentos para alvejar a baliza mas as tentativas foram sempre bloqueadas.

Ruben Semedo

Há um adjetivo muito usado para categorizar exibições muito positivas de defesas centrais: imperial. Foi assim, então, esta tarde em Paços de Ferreira.

Defendi

Foi adiando o golo leonino enquanto conseguiu, sobretudo em duas intervenções de elevado grau de dificuldade. A primeira a remate de Alan Ruiz já tinha sido boa, mas a forma como evitou que Slimani marcasse na reta final da primeira parte foi sublime. Nada a fazer no golo de Adrien.

Welthon

Rápido e forte fisicamente, o Paços parece ter descoberto aqui uma avançado interessante. É verdade que nem sempre decidiu bem e também se pode queixar de falta de apoio, mas no primeiro duelo com um grande em Portugal mostrou que tem o que é preciso para causar dores de cabeça a muitas defesas ao longo da época. Ruben Semedo foi mais forte no geral, mas a batalha foi dura e o mérito é do brasileiro, claro.