Depois dos desaires na Madeira (um empate com o Nacional para o campeonato e uma derrota com o Marítimo para a Taça da Liga), o FC Porto voltou ao continente e às vitórias. Em casa, o terreno mais favorável de todos, os Dragões estavam obrigados a dar uma resposta cabal perante um adversário que tenta levantar-se, com a pressão adicional de o Benfica ter ganho já nesta jornada.

VEJA OS DESTAQUES DO FC PORTO-ESTORIL
 
Determinado a chegar cedo ao golo, o FC Porto entrou forte no encontro. Pela frente, encontrou um Estoril ultra-defensivo, mas preocupado em fechar os caminhos ao adversário e muito pouco capaz de criar perigo. Não fossem os atrasos de alguns companheiros e Fabiano, que regressou à baliza portista, nem tinha sabido o que era tocar na bola neste encontro.
 
No FC Porto, com Tello lesionado, Quaresma foi chamado à titularidade. Lopetegui até já tinha elogiado a forma como o Harry Potter lidava com o facto de não ser titular indiscutível, e esta noite, o Harry Potter do Dragão voltou a provar que os elogios são merecidos e espalhou magia no relvado com dois golos e duas assistências.
 
Depois de uma breve passagem pelo corredor esquerdo, em troca com Brahimi, Quaresma voltou à direita e daquela posição faria as assistências para os dois primeiros golos do FC Porto. A jogar com Danilo pelo flanco direito, Ricardo Quaresma foi pródigo em cruzamentos para a área. Até que aos 33 minutos, num desses cruzamentos,  Oliver apareceu juntinho ao segundo poste e, com o ombro (não aquele em que se tem lesionado), empurrou para dentro da baliza, abrindo assim o marcador.
 
Logo a seguir, mais uma excelente jogada da dupla Quaresma/Danilo, com Aboubakar a rematar junto à baliza e valeu ao Estoril Bruno Miguel, que se atirou para o chão e impediu a passagem da bola. O FC Porto mandava literalmente no jogo, mas a experiência dos encontros anteriores pedia outro golo para tranquilizar a equipa, e este não tardaria.
 
Ainda antes do intervalo, mais um excelente cruzamento do 7 portista para a área, desta vez a encontrar Aboubakar. O Camaronês apareceu precisamente no mesmo sítio onde Oliver tinha marcado o primeiro golo, junto ao segundo poste, e a rematou com a parte de fora do pé para o 2-0.
 
A vantagem de dois golos ao intervalo era confortável, sobretudo se o Estoril continuasse a não conseguir rematar à baliza, mas, como diz o ditado: «Gato escaldado, de água fria tem medo». Por isso, o FC Porto não levantou o pé do acelerador na segunda parte. Os suspeitos do costume não deixavam a área do Estoril e, sucediam-se as oportunidades. Do outro lado, Fabiano continuava espectador.
 
Aos 51 minutos, Brahimi ganhou uma grande penalidade numa falta de Filipe Gonçalves. Chamado a converter, Quaresma teve a calma de parar, ver que lado escolhia Vagner, e fazer balançar as redes da baliza estorilista.
 
O destino do jogo estava decidido, mas os Dragões aproveitaram para aumentar a contagem. Depois de algumas alterações em ambas as equipas e de momentos mais parados do jogo, aos 70 minutos, foi a vez de Danilo, esta noite com a braçadeira de capitão, fazer o gosto ao pé e levantar o estádio na sequência de uma jogada fantástica que envolveu Hernani e um toque de calcanhar de Aboubakar. Na cara de Vagner, o lateral direito portista, que já assinou com o Real Madrid, não hesitou e fez o 4-0.
 
E o jogo não acabaria sem Quaresma bisar (não que ele precisasse de mais um golo para ser a figura da noite). Aos 77 minutos, num lance com o extremo portista, Mattheus fica a pedir falta junto à área do Estoril. O árbitro considera o desarme limpo, e o Mustang arranca para baliza e, apenas com Vagner pela frente, carimba o quinto para os dragões.
 
Depois do pesadelo madeirense, o FC Porto teve uma noite de sonho no Dragão e mantém-se na perseguição ao líder.