Com a pré-época a meio, o Maisfutebol fez uma breve análise ao que já se viu e às necessidades dos três grandes. Nada é definitivo nesta altura, mas há sempre conclusões a tirar. Eis o FC Porto:

O que já se viu? A tradição como base.

O FC Porto realizou até ao momento três jogos-treino mas apenas um à porta aberta. Depois de golear o Valadares (10-0) e empatar com o Rio Ave (1-1) no Olival, os dragões iniciaram o estágio fora de Portugal com uma vitória magra frente ao VFL Osnabruck (2-1). Nesse jogo foi possível ver que Nuno Espírito Santo tem comprovadamente o tradicional 4x3x3 como sistema preferencial. Felipe pode assumir-se como novo patrão da defesa e Josué, regressado de empréstimo, também surgiu no onze. A inovação foi André Silva a cair num flanco, como falso extremo, partindo daí para se juntar ao ponta-de-lança Aboubakar. Os dragões, de qualquer forma, denotaram uma assinalável ineficácia ofensiva. Nuno terminou o teste com dois homens soltos na frente – Quintero (será desta?) e Hernâni – mas não é crível que o futuro passe por aí.

O que é preciso? Confiança na área.

Este encontro particular com o VFL Osnabruck, do terceiro escalão da Alemanha, provou – se dúvidas existissem – que o FC Porto necessita de um avançado de qualidade inatacável para alargar o leque de opções na área. André Silva parece a solução mais interessante mas Aboubakar não acolhe unanimidade e Suk partiu para a disputa dos Jogos Olímpicos com a situação indefinida. Não parece, ainda assim, ser a solução para um problema que os dragões esperam resolver em breve de forma inequívoca. Até para permitir a Nuno continuar a pensar no tal 4x3x3 com a inclusão de dois avançados. A estabilização do setor defensivo, que vacilou perante uma equipa de menor dimensão, é outra prioridade. Marcano surgiu como parceiro de Felipe mas o espanhol também foi alvo de duras críticas por parte dos adeptos do FC Porto ao longo da época passada, ficando na memória coletiva o desempenho amargo na final da Taça de Portugal, perdida para o Sp. Braga.

Incógnitas: quem sai por decreto e por necessidade?

A contratação de um ponta-de-lança com créditos firmados está no topo da lista. Porém, subsistem dúvidas sobre o eixo defensivo. Chegou Felipe, Martins Indi não foi utilizado frente ao Osnabruck e pode sair. Há Marcano, Chidozie, Reyes, mas chegará? Do meio-campo para a frente sobram nomes, sobretudo para o setor intermediário. Também aqui com uma dúvida: Sérgio Oliveira vai aos Jogos Olímpicos e volta? Para os flancos do ataque há quatro soluções (Varela, Corona, Brahimi e Hernâni) mas ainda com espaço para entradas ou saídas. O FC Porto fez três contratações – Felipe, Alex Telles, João Carlos Teixeira -, ordenou o regresso de vários elementos e continuará atento ao mercado, porque precisa de mais reforços e mais-valias financeiras: até este momento, apenas Maicon (São Paulo) foi vendido e os cofres anseiam por encaixes consideráveis. Os excedentes não devem render a verba necessário e há ativos como Layún, Herrera, Brahimi e o próprio Aboubakar com mercado.

Conclusões neste momento: defesa melhor e gente a mais.

A baliza continuará a ser de Casillas e José Sá, até ver, surge como principal alternativa. Felipe e Alex Telles são boas aquisições para o setor defensivo (permitindo a Miguel Layún variar para a direita se necessário, com Silvestre Varela como outra solução) e João Carlos Teixeira teve nota positiva no último teste, embora se depare com forte concorrência. Há gente a mais no meio-campo e alguns jogadores com caraterísticas semelhantes. Regressados como Josué e o criativo Otávio podem ter papéis interessantes. Na frente, o atual desafio é melhorar o rendimento dos ativos que transitam da época passada. Há Brahimi, há Corona (bons sinais na Copa América) e grande esperança em André Silva, mas é preciso algo mais. Nomes como Zé Manuel, contratado ao Boavista, nem passaram da primeira fase de avaliação de Nuno Espírito Santo. E Alberto Bueno, que papel terá numa perspetiva de continuidade do 4x3x3?

Plantel provisório para 2016/17:

Guarda-redes: Iker Casillas, José Sá e Andrés Fernández;

Defesas: Maxi Pereira, Martins Indi, Felipe, Marcano, Chidozie, Diego Reyes, Miguel Layún e Alex Telles;

Médios: Danilo Pereira, Rúben Neves, Omar Govea, Sérgio Oliveira, Evandro, Herrera, André André, Josué, João Carlos Teixeira, Otávio e Juan Quintero;

Avançados: Silvestre Varela, Jesus Corona, Alberto Bueno, André Silva, Suk, Aboubakar, Hernâni e Brahimi.

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