Ezequiel Schelotto viajou no tempo e recordou os tempos passados no Sporting em entrevista ao Correio da Manhã, não fugindo sequer à polémica que marcou os últimos tempos em Alcochete, quando foi colocado a trabalhar à parte do plantel.

Referindo que o Sporting «nunca falhou com nada e sempre respeitou as datas de pagamento dos salários», o italo-argentino acrescentou que o que viveu não deseja a ninguém.

«Não fazer o que mais gosto foi horrível. Ao princípio reagi com calma, mas chegou um momento em que não podia mais. Partia-me o coração aquela situação e quade perdi as forças para seguir em frente. Estive para deitar a toalha ao chão», frisou.

«Perguntava-me a mim mesmo o que fiz para merecer aquele tratamento. Foi uma situação horrível porque num momento és titular, despertas a atenção do selecionador da Argentina e depois começas a treinar sozinho...»

Para Schelotto a situação era tanto mais complicada quanto sempre deu tudo o que tinha pelo Sporting.

«Sempre mostrei amor e paixão pela camisola, nunca vireia as costas a nada, sempre quis o melhor para o clube. Chorei de raiva por não ter sido campeão, enojava-me quando perdíamos alguns jogos e aceitava as críticas para poder melhorar», disse.

«Por tudo isto, posso dizer que gostei muito do tempo que passei em Lisboa e claro que gostava de ter ficado muito mais tempo. Tinha renovado há pouco tempo, a muinha filha nasceu em Lisboa, batizei-a, abri um restaurante, estava tudo mais do que bem. Eu e a minha família estávamos superfelizes. Da minha parte não há explicação porque sempre fui exemplar em tudo. Não sei o que falhou. Foi uma decisão do treinador.»

Por falar em treinador, Schelotto não escondeu que teve alguns conflitos com Jorge Jesus, mas adianta que sempre o respeitou.

«A minha relação com Jorge Jesus sempre foi boa, como de pai para filho. Houve um conflito ou outro, mas é normal quando estamos mais nervosos. Somos pessoas de caráter forte, não nos escondemos atrás de nada e chocámos algumas vezes, mas a última palavra é sempre do treinador. Eu tive que respeitar e seguir em frente.»