Sérgio Conceição aproveitou a antevisão do jogo com o Sp. Braga para falar um pouco das suas preferências em termos de organização defensiva, para mostrar como não é preciso a uma equipa jogar muito recuada para conseguir tapar todos os caminhos para a sua baliza. O jovem técnico até se socorreu de uma das melhores formações da atualidade.

«O Atl. Madrid sabe defender como poucas equipas, e, com isso, está melhor preparado para atacar. Dou este exemplo, porque não têm tantos jogadores mediáticos, mas são uma equipa de trabalho e sérios candidatos a ganhar a Liga dos Campeões. O primeiro a defender é o Diego Costa. Não é preciso roubar bolas para defender bem, mas sim ocupar os espaços», explicou, lembrando que jogou com Simeone, na Lázio:

«Conheço a maneira de pensar dele, também sei como era como jogador, amante do rigor e da disciplina. Eu, se calhar, não era um prodígio técnico, mas um jogador de trabalho. O que passo à minha equipa é de acordo com a forma como penso o futebol.»

Sem querer revelar muito da estratégia para o encontro, Conceição prosseguiu o raciocínio: «Estamos habituados a defrontar equipas que pressionam mais alto, não quer dizer que tenhamos de meter a equipa na grande área por isso. Acho que é o contrário. A prova é que em Arouca, e com o Rio Ave, na primeira parte, estivemos com bloco mais baixo e sofremos com isso.»

Os mais prejudicados do universo

O treinador da Briosa não desarma enquanto a equipa não chegar à margem de segurança dos 30 pontos. A ideia, para esta sexta-feira, passa, inclusive, por ultrapassar essa marca. «Trabalhamos para isso. Sabemos que vamos ter pela frente um adversário que está melhor, além de uma maneira de jogar diferente, a atitude também é outra. Entrou muito forte nos dois últimos jogos», analisou.

«Isto não tem a ver com a qualidade dos técnicos, é a mudança normal de atitude que a chicotada provoca. Vamos esperar um Braga forte, a fazer pressão mais alta do que na primeira volta, e que vai dar tudo. É um jogo importantíssimo para eles, assim como para nós, que queremos os 30 pontos, neste caso, até, passa-los.»

A Académica ainda não ganhou aos minhotos no Estádio Cidade de Coimbra, e o último triunfo em casa foi há mais de 10 anos. O aliciante de bater mais um recorde não deixa o técnico indiferente, mas atribui-lhe fraco relevo.

«Eu dou pouca importância a isso, não tem de servir de motivação para ganhar o jogo. Conta pouco dentro do jogo. Se ganharmos, ficaremos contentes também por isso, mas não é o principal fator», sentenciou, dando, por fim, uma bicada a Bruno de Carvalho quanto às arbitragens. «Os mais prejudicados do universo somos nós, depois, do mundo, será o Sporting.»