* por Nuno Dantas

Mas que dérbi! Sporting de Braga e Guimarães dividiram os pontos (3-3) no dérbi minhoto da 23.ª jornada da I Liga. E que grande jogo se assistiu na Pedreira! Este encontro teve tudo o que os verdadeiros dérbi devem ter, onde quer que sejam jogados. Teve emoção, muitos golos, nervos à flor da pele e adeptos a puxarem pelas suas equipas de princípio ao fim. O derby do Minho é muito mais do que um jogo de futebol. Marca a rivalidade entre duas cidades vizinhas dentro e fora de campo. Hoje, na pedreira, respirou-se e sentiu-se um dérbi.

Em termos estatísticos, não houve tira-teimas. Em 133 jogos, houve 52 vitórias para os de Braga, outras tantas para os de Guimarães e 29 empates, já com o de hoje. Depois do triunfo bracarense na primeira volta (0-1), o Vitória veio a casa do clube arsenalista buscar um ponto, que o coloca no sexto lugar, tendo sido ultrapassado pelo Arouca (5.º). Já o Braga continua na 4.ª posição.

Paulo Fonseca tinha um plantel para gerir o esforço de ter jogado a meio da semana na Suíça. Por isso, fez algumas mudanças esperadas no onze. Sérgio Conceição, que conseguiu recuperar para este jogo Licá e Otávio, e em boa hora o fez, não surpreendeu, colocando em campo praticamente a mesa equipa que havia empatado em casa com o Setúbal.

Entrar a vencer é sempre um excelente tónico para qualquer equipa. Para uma que havia jogado quinta-feira, era a melhor maneira de poder gerir o jogo a seu bel-prazer. Foi isso que o Sporting de Braga fez. Marcou à passagem do minuto seis e aos 20 já ganhava por dois. A entrada forte da equipa de Paulo Fonseca, valeu-lhe a liderança no marcador. Os dois golos tiveram um denominador comum: Josué. Assistiu Pedro Santos e Rui Fonte que não perdoaram.

Mas as equipas comandadas por Sérgio Conceição já habituaram os adeptos a grandes doses de superação e se do lado bracarense Josué ofereceu os golos, o mesmo fez Otávio nos vimaranenses. Grande arranca pela direita, a deixar vários adversários para trás, e a oferecer o golo a Licá. Em cima do descanso, o jogador emprestado pelo Porto voltou a ‘partir a louça toda’ na direita e a cruzar para a cabeçada triunfal de Henrique Dourado para a igualdade.

Tal como no primeiro tempo, o Braga marcou primeiro, por Hassan, porém a resposta vimaranense foi imediata. Otávio cavou uma grande penalidade que o próprio se encarregou de transformar em golo. Além disso, ‘expulsou’ André Pinto e obrigou o Braga a recuar. Com menos um, Paulo Fonseca viu-se obrigado a tirar um avançado e a repor a defesa. Os de Guimarães passaram a ter mais bola e a comandar a partida.

À medida que o tempo ia passando, com os dois treinadores a refrescar a suas equipas, as ocasiões de golo foram poucas. Esteve mais perigoso o Vitória, uma vez que os bracarenses raramente chegaram à baliza de Miguel Silva. Por isso, o marcador não voltou a mexer, acabando os de Braga e de Guimarães por ter de dividir os pontos.