O Arouca recebeu e venceu o U. Madeira de forma convincente. Numa tarde gelada e chuvosa na serra da Freita, o conjunto de Lito Vidigal mostrou uma grande eficácia ofensiva, resolvendo a partida ainda antes da hora de jogo. Conseguidos os 31 pontos há muito ambicionados pelos arouquenses, este triunfo soube a manutenção.

O U. Madeira deixou uma imagem pálida e mantém-se em zona pouco confortável na tabela classifcativa, ainda que com alguma margem para os adversários que vêm atrás.

Lito surpreendeu na construção do onze titular, tirando Walter – figura da partida diante do FC Porto ao marcar os dois golos – para colocar em campo Maurides. A opção percebe-se pela condicionante que era o relvado do Municipal de Arouca. O campo que já se tem apresentado em más condições, neste domingo estava ainda pior, tendo em conta a chuva que caiu nos últimos dias.

Assim, o timoneiro arouquense abdicou do jovem paraguaio para dar maior poder de combate na frente de ataque, com a opção a recair no possante avançado brasileiro.

E a ideia surtiu efeito muito rapidamente. Numa partida que se previa difícil, num terreno de jogo tão pesado, o conjunto da casa colocou-se em vantagem da única forma possível: numa bola parada.

DESTAQUES: Lima e Mateus com pressa acabaram com as dúvidas

Logo aos cinco minutos, os arouquenses beneficiaram de um livre frontal, descaído para a direita – a castigar falta sobre Maurides. Lucas Lima assumiu a marcação e abriu a contagem. O seu remate ainda sofreu um desvio na barreira, que foi insuficiente para impedir que a bola seguisse o seu caminho rumo ao fundo das redes de Rafael Alves.

Em vantagem, a equipa da casa deu a iniciativa de jogo ao adversário, tentando explorar jogadas de contra-ataque. Os insulares não tiveram problema em assumir as despesas da partida e carregaram sobre a área de Bracali.

Explorando sobretudo a velocidade de Toni Silva e de Cádiz, o U. Madeira ganhou muitas faltas no meio-campo contrário, que permitiam bombear bolas para a área arouquense. Contudo, nunca os visitantes conseguiram desmontar a bem organizada estrutura defensiva arouquense.

Confortável, a formação de Lito Vidigal foi-se chegando à frente sempre com critério. Fê-lo poucas vezes, mas quando subiu causou sempre perigo. Foi, aliás, a equipa que esteve mais perto de voltar a marcar. Mais uma vez de livre direto, desta feita batido por Artur, a massa adepta arouquense voltou a gritar golo ao minuto 39, porém, a bola não entrou, tendo sim, passado muito próxima do poste direito de Rafael Alves.

Esse lance seria mesmo a última jogada perigosa do primeiro tempo, que terminou com a vantagem justa do Arouca, que se fez valer de uma grande eficácia para gerir o jogo a seu bel-prazer.

Vamos despachar isto, que está frio...

Se a entrada de rompante na partida a abrir o marcador tinha surpreendido o União, a receita foi repetida no segundo tempo pelo Arouca. Com maior eficácia, até. Logo no primeiro minuto da etapa complementar, Mateus acabou com todas as dúvidas que pudessem existir quanto ao vencedor da partida.

Após uma bola bombeada para a área, Maurides ganha nas alturas, perde a oportunidade de remate quando o esférico cai no relvado, mas Mateus surge de rompante a empurrar para o segundo. Fácil e eficaz.

E eficácia foi mesmo algo que não faltou à equipa de Lito Vidigal. É verdade que Artur ainda atirou à barra, num remate de fora da área desviado por um defensor contrário, contudo, na sequência do canto, o mesmo Artur colocou a bola na cabeça de Adilson, que fechou o marcador logo aos 53 minutos.

Depois desse golo, a descrença apoderou-se dos homens de Norton de Matos, que deixaram de ter capacidade para tentar reagir. Também o Arouca, ciente de que o resultado estava feito, retraiu-se na procura de mais golos, o que resultou em trinta minutos de muito pouco futebol no Municipal de Arouca.

As únicas notas de destaque do que restou do jogo, vão para as estreia de Jubal e Wallace na formação arouquense.

No final, cumprido o objetivo da equipa da casa, os jogadores celebram com os adeptos a manutenção, que deve ter sido atingida nesta partida. Os 31 pontos permitem olhar para outros patamares e luta pela Europa está ali mesmo à disposição. Será que Lito e os seus homens lhe dizem que não?