Após uma primeira parte morna e sem oportunidades, o Desportivo de Chaves esteve mais perto do golo no segundo tempo. Mas golos nem vê-los e os dois conjuntos continuam invictos na Liga.

A estratégia de Jorge Simão pode parecer fácil de identificar, mas é mais difícil de travar. Os flavienses dão iniciativa ao adversário, condicionam o seu jogo a partir do meio campo e após recuperar a bola lançam-se em transições rápidas e mortíferas.

Esta «missão» dos transmontanos funcionou bem até ao último sector. Fábio Martins e Perdigão, na primeira parte e ainda melhor Hamdou Elhouni na segunda, apareceram muitas vezes lançados pelos corredores, mas os sadinos anularam sempre com muita eficácia defensiva.

Acabou por ser o jogo das defensivas, mais fortes a anularem os ataques, perante alguma apatia que tornou o jogo sonolento. Na segunda parte, os flavienses foram mais fortes e inconformados, mas nem isso fez alterar o rumo dos acontecimentos.

As duas equipas continuam sem conhecer o sabor da derrota após quatro jogos na Liga, mas caíram posições na tabela classificativa após o nulo.

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Entrou melhor a equipa da casa, com o lado esquerdo a render bem, através do irreverente Fábio Martins. No entanto, foi sol de pouca dura, e a procura do golo surgiria apenas através de bolas paradas, com livres até à área do V. Setúbal que pouco perigo criaram.

Do outro lado, o Vitória de Setúbal fez ainda uma primeira parte mais apagada, com poucas situações ofensivas, mas nos minutos finais deu um ar da sua graça.

As duas mais evidentes seriam também de bola parada. Aos 14 minutos, Nuno Pinto rematou por cima num livre direto bem perto da área e já aos 27 com um livre pela esquerda a obrigar Ricardo a socar e a defesa flaviense a aliviar. Aos 41, após falha de Rafa num corte a mais uma bola parada, Venâncio tentou o golo, mas permitiu defesa fácil a Ricardo.

A equipa às ordens de Jorge Simão voltou a despertar para o arranque da segunda parte, com Paulinho, logo aos 46, a obrigar Trigueira à defesa da noite, após cruzamento remate que obrigou o guardião a defender para canto junto ao poste.

Com a equipa da casa mais perto do golo, o «caso» do jogo acontece aos 61 minutos, quando acabado de entrar, Hamdou Elhouni aparece completamente isolado na cara do golo, mas o lance é anulado, mal, por fora-de-jogo.

Ficou-se sem saber o que aconteceria caso o lance prosseguisse, mas isso não tirou o sono aos transmontanos, que estiveram melhor na etapa complementar. Pouco perigosos, mas os únicos a mostrarem que o empate não servia para as suas intenções.

A melhor situação de golo até final pertenceu a um central, com Freire, aos 70, a cabecear ao lado após canto de Braga na direita. Oportunidade incrível a demonstrar que o empate era um final inevitável.