A FIGURA: Edinho, 31 à solta no meio do centrais estorilistas

Depois de várias experiências de Couceiro para a frente de ataque, o avançado de 34 anos foi nesta sexta-feira a principal referência do ataque sadino. Estreou-se a titular em jogo para a Liga nesta temporada e exibiu-se num plano elevado. Ganhou várias das batalhas que travou com os centrais do Estoril e foi sempre um perigo constante para a baliza de Moreira. Voltou a marcar quase nove anos depois do último golo apontado com a camisola do Vitória: recebeu com o peitou, rodou e rematou fortíssimo para o 2-0. Demonstrou ainda enorme solidariedade nas tarefas defensivas e foi muito aplaudido quando saiu para dar lugar a Thiago Santana aos 70 minutos.

 

O MOMENTO: João Amaral inaugura o marcador, minuto 33

Apesar da postura mais decidida em campo e da qualidade técnica de alguns jogadores, o V. Setúbal sentia dificuldades para ultrapassar a defesa estorilista. Até que aos 33 minutos João Amaral aproveitou uma sobra de uma defesa incompleta de Moreira para empurrar de cabeça para o 1-0. A partir daí, o jogo tornou-se muito mais fácil para a equipa de José Couceiro.

NEGATIVO: futebol do Estoril

Profundamente desinspirada, a equipa de Fabiano Soares nunca se encontrou no Bonfim. Apesar de ser relativamente segura no processo defensivo, continua a demonstrar muitas deficiências na construção ofensiva. Se noutros jogos a qualidade técnica de alguns jogadores mascarou fragilidades, hoje nem isso valeu ao Estoril.

 

OUTROS DESTAQUES

João Amaral: depois a afirmação a titular, o extremo que ainda no ano passado alinhava no Campeonato de Portugal continua a provar que merece a confiança que José Couceiro lhe depositou. Apesar de o jogo dos sadinos estar mais afunilado para o corredor esquerdo, procurou agitar o jogo sempre que a bola lhe chegou aos pés. Demonstrou suprema atenção quando se antecipou a Ailton para empurrar de cabeça para o fundo das redes após defesa incompleta de Moreira.

Nuno Pinto: regresso natural do lateral esquerdo à titularidade após ter falhado o jogo do Sporting. Com o Estoril praticamente inofensivo nas ações ofensivas durante boa parte do jogo, esteve sempre muito ativo no apoio ao ataque. Quase marcava num remate forte de pé esquerdo no lance do primeiro golo. Moreira opôs-se com uma excelente intervenção, mas a bola acabou por sobrar para a cabeça de João Amaral. Ainda evitou o golo a Tocantins à passagem da hora de jogo. Mais um excelente desempenho naquele que foi o seu 100.º jogo na Liga.

Mikel Agu: substituiu Fábio Pacheco e não se pode dizer que a equipa sadina tenha sentido a falta de um dos seus jogadores mais importantes. Bem no plano defensivo, revelou-se ainda um precioso auxílio no início do processo de construção.

Kléber: está longe do Kléber de outros tempos, mas foi um dos elementos mais inconformados do Estoril. Apesar de os companheiros lhe fazerem chegar poucas bolas, ainda criou várias situações de perigo.

João Afonso e Dankler: a par de Kléber, foram dos poucos que não comprometeram. O primeiro teve uma exibição concentrada e o segundo, a jogar adaptado à direita, conseguiu mascarar debilidades normais.