Eficácia e segurança. O regresso do V. Setúbal aos triunfos no Bonfim após hiato que já durava há mais de três meses assentou essencialmente nestes dois ingredientes.

A equipa de José Couceiro foi quase sempre superior a um Estoril que regressa à Amoreira depois de uma partida em que pouco fez para justificar o tal salto de canguru que poderia ter dado na classificação em caso de vitória. Exibição à deriva e onde ficaram bem patentes as enormes deficiências do conjunto de Fabiano Soares.

Com quatro alterações no onze em relação ao jogo do último fim de semana com o Sporting, os sadinos foram sempre a equipa mais confortável em campo, mas tardaram a demonstrar arte e engenho para superar o bloco defensivo do Estoril. Emoção só à passagem da meia hora, quando João Afonso atirou por cima da baliza de Varela na ressaca de um pontapé de canto.

Na resposta, o Vitória, que canalizou muito do seu jogo pela ala esquerda, chegou ao golo. Nuno Pinto encheu-se de fé e rematou de fora da área com o pé esquerdo para boa oposição de Moreira, mas João Amaral aproveitou a recarga para marcar de cabeça.

FICHA DE JOGO DO V. SETÚBAL-ESTORIL

O Vitória controlava as incidências da partida diante de um Estoril desnorteado e frígido do ponto de vista ofensivo, onde só Kléber deu ares de inconformismo.

Era importante dar nova alma à equipa da linha e Fabiano Soares lançou Felipe Augusto para o lugar de Matheus Índio (onde esteve ele nos primeiros 45 minutos?) no arranque da etapa complementar.

Acontece que este Estoril sofre de um síndrome que os resultados (15 pontos em 13 jornadas) vão mascarando. Dizemo-lo sem rodeios: joga pouco futebol.

E nem foi preciso um Vitória avassalador para trazer à tona essa fraqueza dos canarinhos. Cinquenta minutos e novo rombo nas intenções do Estoril: depois de uma recuperação na zona do meio-campo, os sadinos partiram decididos para o ataque e, depois de receber de Nuno Santos, Edinho controlou com o peito, rodou e atirou colocado para o 2-0.

Regresso aos golos do avançado internacional português com a camisola do V. Setúbal quase nove anos depois e logo na primeira aparição como titular nesta edição da Liga. Exibição portentosa do veterano de 34 anos, que fez por justificar a confiança de José Couceiro e saiu aplaudido pelas bancadas do Bonfim.

Da inspiração regressamos para a falta de clarividência do Estoril, que acabou o jogo com muitos jogadores na frente mas nem por isso produziu o suficiente para merecer sequer pintar o jogo com um resultado mais simpático.

O salto de canguru pendeu para um Vitória que deu sinais positivos para o futuro.