Quim Machado estava à espera de um Marítimo com o orgulho ferido e com vontade de vencer, após um jejum de três jogos para o campeonato, e foi precisamente isso que aconteceu de início. A fome do Marítimo ficou bem patente nos primeiros vinte minutos de jogo.

Aproveitando as bolas paradas venenosas de Rúben Ferreira, os insulares conseguiram chegar com algum perigo à baliza de Ricardo, mas sempre sem a eficácia que Nelo Vingada desejaria.

Veja-se, por exemplo, Dyego Sousa. Aos 18 minutos, o ponta-de-lança maritimista não soube aproveitar um verdadeiro disparate de Nuno Pinto, que colocou a bola à mercê do adversário. Teve mais olhos que barriga o brasileiro e atirou para uma boa intervenção de Ricardo, quando tinha tudo para marcar.

FILME DO JOGO

Até de canto direto o Marítimo tentou matar a fome, mas Rúben Ferreira viu Ricardo tirar-lhe o pão da boca desviando para canto quase em cima da linha.

No Bonfim foi, por isso, necessário recorrer ao saca-rolhas para arrancar o primeiro golo e, curiosamente, saiu para o outro lado.

Sim, os sadinos tinham feito a preparação e André Horta já tinha aberto o apetite com um bom remate logo aos 10 minutos. Mas, na verdade, o menu disponibilizado pelo Marítimo, não merecia um preço tão caro.

Depois de muito tentar, sem grande perícia diga-se, o Vitória de Setúbal lá conseguiu levar a água ao seu moinho, aos 42 minutos. Qual seta na direita, o reforço Makuszewski, em estreia pelos sadinos, arrancou ainda antes do meio-campo do Marítimo e serviu na perfeição André Claro. Ao segundo poste, o avançado só precisou de cabecear para o fundo das redes de Salin, apontando o nono golo da conta pessoal no campeonato.

REFORÇO POLACO FOI A FIGURA DA PARTIDA

O golo deu uma tranquilidade inesperada ao Vitória, numa altura em que já espreitava o intervalo.

Aberta mais uma ferida no adversário, o Vitória de Setúbal entrou na segunda parte com vontade de arrumar o assunto e limpar os restos, apostando muito no ataque e, aqui e ali, descurando na defesa até. O Marítimo foi aproveitando o espaço mas ocasiões de verdadeiro perigo nem vê-las.

Os setubalenses continuaram a insistir e, aos poucos e poucos, foram aproximando-se da baliza de Salin. Mas foi preciso esperar pelo minuto 65 para ver-se um lance de extremo perigo para a baliza. Na sequência de um livre cobrado por Nuno Pinto na direita, Salim Cissé desviou de forma acrobática para uma defesa quase por instinto de Salin, evitando aquele que seria o segundo golo dos sadinos.

E, como no futebol quem não marca arrisca-se a sofrer, o Marítimo chegou ao empate, beneficiando de um erro do adversário. Aos 71 minutos, o árbitro João Pinheiro considerou que Frederico Venâncio tocou a bola com a mão e apontou para a marca de grande penalidade. Chamado a converter, Fransérgio não desperdiçou e restabeleceu a igualdade no marcador. Sobremesa nada doce para os sadinos.

Em igualdade, Nelo Vingada reforçou o meio-campo, fazendo entrar o reforço Djousse. Do outro lado outra estreia, que neste caso foi um regresso. Meyong foi a aposta de Quim Machado para tentar chegar de novo à vantagem.

E, foi precisamente dos pés do avançado camaronês que surgiu a melhor oportunidade de golo da segunda parte. Já em ciam dos noventa, Meyong trabalhou bem à entrada da área e rematou em jeito, levando a bola a embater no poste da baliza de Salin.

Esbarrou no ferro a vitória sadina. Na ceia serviu-se então um empate, que na verdade não serve a nenhuma das equipas. Um possível regresso aos triunfos ficou assim adiado para a próxima jornada.