Os resultados do eletrocardiograma ao coração do conjunto bracarense continuam a revelar um paciente doente. O Sp. Braga deixou escapar nos últimos minutos um triunfo que, ainda que injusto, parecia já não escapar.
O V. Setúbal teve ao cair do pano o que lhe faltou durante quase todo o jogo deste domingo: felicidade. Marcou de cabeça pelo jogador mais pequeno em campo (Costinha), pouco depois de Bruno Varela ter defendido um penálti que daria o 2-0 ao conjunto de Jorge Simão.
Dadas as circunstâncias, este ponto arrancado a ferros pela equipa de José Couceiro pode saber três, embora os sadinos tenham sido superiores durante a maior parte da partida.
Impulsionados pelo maestro Carvalho
Entrada poderosa do V. Setúbal, que esteve perto de abrir o marcar aos 5 minutos por João Carvalho num remate travado com brilhantismo por Marafona. O médio cedido pelo Benfica foi o motor da produção ofensiva da equipa sadina, sempre muito competente a anular a produção de jogo dos bracarenses e a lançar rápidos contra-ataques que punham a defesa visitante em apuros.
Depois de um início de jogo desinspirado, os bracarenses conseguiram juntar os cacos e crescer de rendimento, muito graças ao maior envolvimento de Battaglia no jogo. Ricardo Horta ainda testou a atenção de Varela, mas os sadinos mantinham-se ligados e perigoso no contra-ataque.
Mais Vitória e Sp. Braga a marcar contra a corrente
Depois de um lance um cabeceamento de Stojiljkovic no reatamento do jogo, os bracarenses colapsaram. Os homens de José Couceiro revelavam-se mais confiantes e apurados, e nem a entrada de Vukcevic para o lugar de Stojiljkovic parecia despertar a equipa visitante, que sentia cada vez mais dificuldades para sair em ataque organizado.
Curiosamente, os arsenalistas marcaram aos 69 minutos. Contra a corrente do jogo e depois de o Vitória ter desperdiçado duas oportunidades para chegar à vantagem, primeiro por Nuno Santos e depois por Venâncio. Vukcevic (sim, o tal que parecia não trazer nada de novo ao jogo) descobriu uma brecha entre os centrais para lançar Cartabia, que bateu Bruno Varela na primeira intervenção em campo.
Soco duríssimo para a equipa da casa, que quando fazia o suficiente para justificar a vantagem via-se atrás no marcador. Cabia a Couceiro assumir o risco e o técnico dos sadinos fê-lo sem receios: lançou Arnold para o lugar de Nuno Pinto, depois Zé Manuel por João Carvalho (o melhor da noite) e, depois, Meyong pelo central Pedro Pinto.
Ainda assim, os bracarenses tiveram a oportunidade de sentenciar a partida. Mikel Agu quase borrou a pintura de um jogo bem conseguido ao rasteirar Cartabia dentro da área, mas Vukcevic atirou para enorme intervenção de Varela, que adivinhou o lado.
A alma sadina cresceu e os planetas alinharam-se para um… Bonfim da equipa da casa. Seria improvável ver Costinha a voar na zona da pequena área para cabecear para o golo do empate, repondo a justiça possível ao jogo.
Aconteceu!