Figura: Carlos Mané
O avançado formado em Alcochete é uma espécie de 12.º jogador do plantel leonino, sendo, diversas vezes, lançado por Marco Silva quando é preciso dar a volta aos acontecimentos, ou, como foi o caso, na ausência de Nani. Sem estar brilhante, esteve entre os mais esclarecidos dos leões, assinando o golo que abriu o marcador no Bonfim. Sacrificou-se, depois, em missões defensivas quando o Vitória procurava a igualdade.
 
CRÓNICA VITÓRIA-SPORTING

Positivo: Vitória mandão 
O verde forte com que o Vitória iniciou a partida. Rápido sobre o esférico, agressivo em busca do meio campo contrário e a criar problemas junto das redes leoninas, usando a velocidade dos homens dos corredores laterais (Advíncula e Zequinha). É certo que, durante os primeiros minutos, Rui Patrício não foi sujeito a trabalhos forçados, mas a determinação sadina foi suficiente para retirar iniciativa ao Sporting e bloquear o raio de ação dos jogadores que viajaram de Alvalade.

FICHA VITÓRIA-SPORTING
 
Negativo: Leão atarantado
O reverso da medalha. A velocidade cruzeiro utilizada pelo Sporting durante grande parte do jogo com o Nacional da Madeira transpôs-se para o Bonfim e os primeiros minutos do leão foram, no mínimo, preocupantes. Sem ideias para fazer circular o esférico, a equipa comandada de Marco Silva limitava-se a afastar o perigo da zona crítica, revelando, muitas vezes, falta de discernimento. O twist surgiu por volta do quarto de hora, altura em que João Mário colocou, pela primeira vez, Lukas Raeder em sentido.

 
OUTROS DESTAQUES:
 
João Mário
O médio formado na cantera leonina regressou ao Bonfim, onde, na última época, cumpriu um período de maturação por empréstimo dos lisboetas. Não esteve, particularmente, deslumbrante, mas assumiu, na plenitude, as missões que lhe eram endereçadas. Pertenceu-lhe o primeiro ameaço do Sporting, à passagem do quarto de hora, destacando-se, posteriormente, nas combinações no flanco esquerdo com Jefferson e André Carrillo.  Foi sacrificado para a entrada de Tobias Figueiredo.
 
André Carrillo
O veloz avançado dos leões está a assinar a melhor temporada desde que aterrou em Alvalade, embora ainda mantenha alguns dos vícios antigos que se traduzem em momentos de apagamento. Ainda assim, quando está com a corda toda faz estragos na defensiva contrária, como aconteceu já na segunda metade com um remate de meia distância a proporcionar o momento da tarde a Lukas Raeder.

 
Adrien Silva
O médio leonino é uma extensão de Marco Silva dentro das quatro linhas, embora o seu ADN não seja feito da mesma massa que a dos companheiros Carrillo e Carlos Mané. Ocupou bem os espaços, chamou a si o início da fase de construção dos leões, assumindo-se como um porto de abrigo onde os companheiros podiam depositar o esférico. Assinou o passe que lançou Tanaka para o segundo golo dos leões.
 
Tanaka
O samurai voltou a festejar um golo com a camisola leonina, depois de várias jornadas de apagamento. Sublinhe-se que a sua missão não era fácil, dado que a equipa está formatada para ter Slimani encaixado entre os centrais adversários. Deixou a sua marca no jogo ao dar o melhor seguimento a um lançamento longo de Adrien que transformou em golo. Batalhador, evoluído tecnicamente, mas com dificuldades de afirmação.
 
Advíncula
O peruano foi uma autêntica flexa em direção à baliza de Rui Patrício, causando inúmeros problemas a Jefferson e companhia. Procurou, várias vezes, a linha de fundo, assumindo-se como uma espécie de ponto de fuga da equipa orientada por Bruno Ribeiro, faltando-lhe, apenas, algum discernimento na fase da definição dos lances.
 
Hyun-Jun Suk
O coreano esteve fora do jogo durante os primeiros 45 minutos, não inscrevendo nos registos do encontro nenhum momento de perigo junto às redes de Rui Patrício. No entanto, começou a segunda parte em alto nível, quando com uma arrancada desbravou caminho para o golo sadino, deixando, por terra, dois adversários, antes de introduzir a bola nas redes do leão. Relançou a sua equipa na discussão do resultado.
 
Lukas Raeder
Não foi sujeito ao volume de trabalho que, porventura, estaria à espera, mas quando foi chamado a intervir mostrou segurança. A exibição do antigo guarda-redes do Bayern Munique fica marcada por duas grandes intervenções: a primeira a desviar para a trave uma cabeçada de Paulo Oliveira, e outra a negar um golo de bandeira a André Carrillo.