Soube a pouco. E foi um pouco contra as possíveis expectativas das equipas e dos adeptos (até pela estatística recente de parte a parte).

Vizela e Desportivo de Chaves não saíram do nulo no duelo da 20.ª jornada. Ambos somaram mais um ponto, é certo – e importante no caminho para o objetivo primário da manutenção – mas fica a sensação de que podia ter dado algo mais. O Vizela até acabou o jogo por cima, à procura da vitória, mas Paulo Vítor emergiu na baliza. Contas feitas, um ponto continua a separá-los: 26 para os flavienses, 25 para os vizelenses. Com algum conforto a meio da tabela.

Soube a pouco porque Vizela e Chaves são duas equipas que têm qualidades, argumentos e vontade de praticar bom futebol. E porque o 0-0 tem sido uma raridade em ambos os casos. Desde a subida à I Liga, nunca o Vizela tinha empatado sem golos em casa. Em 2022/23, foi apenas o primeiro 0-0 do Vizela e o segundo dos transmontanos.

Com dez baixas em Vizela, a equipa de Vítor Campelos teve apenas seis suplentes disponíveis no banco. Guima e Abass saíram do onze e João Pedro e Benny foram as novidades perante um Vizela que não mudou peças em relação à derrota no Dragão.

A primeira parte teve boas ocasiões, mas esteve um pouco longe de ser espetacular. A segunda revelou-se prometedora, mas foi preciso esperar pela reta final para mais alguma emoção: pelo meio, um jogo mais faltoso e diversas paragens, uma delas para o árbitro resolver um problema com o intercomunicador. No geral, houve equilíbrio de forças: o Chaves acabou mais perigoso na primeira parte, o Vizela na segunda.

Até à meia hora de jogo, dois bons lances para cada lado. Nuno Moreira viu Steven Vitória colocar a cabeça ao remate (3m) e Paulo Vítor negou o golo a Osmajic após um lance bem desenhado por Kiki Afonso e Kiko Bondoso (15m). Pelo meio, Langa obrigou Buntic a uma defesa apertada (9m) e o croata manteve o 0-0 com uma belíssima defesa a remate de João Teixeira (22m).

Teimava o resultado e disso foram evidência as duas melhores ocasiões da primeira parte. Primeiro, Benny fez uma asneira que deixou Guzzo isolado a meio-campo e o médio, que viu Paulo Vítor negar-lhe o 1-0, acabou por pedir a substituição logo a seguir, com queixas na coxa esquerda. Entrou Alex Méndez (36m). Na resposta, Steven Vitória, após um canto, levou a bola ao ferro (40m).

Os flavienses acabaram ligeiramente melhor a primeira parte e podiam ter marcado logo a abrir a segunda, por Juninho, após um cruzamento de Langa (46m).

Depois disso, o jogo teve 20 minutos de algum marasmo. Pouco futebol, várias paragens e alguma quezília.

Foi assim até ao minuto 69, quando Bruno Wilson teve nos pés o 1-0, mas não emendou da melhor forma a bola que lhe sobrou à boca da baliza após um canto.

Por essa altura já Campelos tinha tirado um apagado Benny para a entrada de Jô e Tulipa respondeu com Lacava e Etim, que agitaram o jogo e desenharam a última grande ocasião do Vizela. Valeu Paulo Vítor a tapar o ângulo a Lacava (83m) com uma enorme defesa. Os da casa acabaram o jogo por cima, perante um Chaves já nitidamente em grande esforço para garantir um ponto e a acabar com três centrais e uma linha de cinco a defender, após a entrada de Nelson Monte nos minutos finais.

No meio do ponto, perdas mútuas: o Chaves, já extremamente desfalcado, vê Bruno Langa ficar de fora para a receção ao Sporting (viu o quinto amarelo) e o Vizela perde Samu para a visita a Barcelos e, possivelmente, Guzzo.