No verão de 2010, João Silva fez as malas, despediu-se da Vila das Aves e partiu cheio de sonhos para Liverpool. Em Goodison Park, uma lesão grave, a riqueza do plantel do Everton e a hesitação do treinador David Moyes estragaram-lhe os sonhos e atiraram-no para a semi-obscuridade na Bulgária.

Em entrevista ao Maisfutebol, o agora ponta-de-lança do Palermo recorda os dias difíceis em Inglaterra e lamenta as promessas nunca cumpridas por Moyes, o homem que pouco depois falharia rotundamente na sucessão de Alex Ferguson.

O Everton pagou 700 mil euros por si, mas nunca jogou pela equipa principal. O que falhou em Inglaterra?

«Tive logo um problema num tendão e fiquei dois meses sem jogar. Isso prejudicou-me logo à partida, creio que posso falar em azar. Quando voltei, a concorrência de Louis Saha, Tim Cahill e Yakubu, principalmente desses, não me deu grande margem de manobra».

O treinador do Everton era o David Moyes. Ele nunca teve uma conversa consigo sobre a sua situação?
«Quando estava em Leiria e marquei os dois golos ao Benfica, o Moyes disse que estava muito contente com a minha evolução e disse-me que ia ter oportunidades quando voltasse. Na nova temporada chegaram muitos jogadores novos e voltei a não ter espaço. Fez-me promessas que nunca cumpriu».

Ficou surpreendido quando o ManUtd o contratou?
«Não fiquei porque o David Moyes fez um grande trabalho no Everton. Não confundo as coisas. É um homem rigoroso, adepto de um futebol simples e eficaz. Não teve sucesso em Manchester, mas não deve ter sido fácil suceder a Alex Ferguson».

Nesses tempos em Inglaterra, quando não jogava, foi-se abaixo?
«Não posso mentir. Houve momentos de solidão e desencanto. Se não tivesse arregaçado as mangas podia estar nesta altura morto para o futebol. A minha esposa foi fundamental nessa altura, pelo apoio fantástico que sempre me deu. E continua a dar».

Golo de João Silva no dérbi de Sofia: