O Nacional da Madeira é uma das várias equipas que nas três primeiras jornadas conheceu todos os resultados possíveis: derrota, empate e vitória. Por esta ordem porque os três pontos só apareceram na última tentativa, no Restelo.

Os pontos degustados em Belém foram, para os madeirenses, tão doces como os pasteis que se vendem junto ao estádio. O sabor ajudou o grupo a trabalhar numa onda positiva durante o interregno, mas, agora, a altura é de renovar o paladar diante do Arouca.

«Conseguimos uma vitória que antecedeu o interregno e trabalhar em cima de vitórias é sempre mais agradável. O trabalho acaba por ter um rendimento melhor, há mais disposição por parte dos jogadores o que torna mais favorável a preparação do jogo seguinte», começou por analisar Manuel Machado antes de se direccional para o próximo adversário.

O Nacional tem pela frente um ciclo de dois jogos caseiros, mas o técnico não dá nada por adquirido. Reconhece competência aos adversários e alerta para os perigos que chegam de Arouca.

«O Arouca também não começou bem, mas vem de uma vitória moralizadora contra um dos clubes que tinha feito um arranque de qualidade. Não os vejo como um adversário menos competitivo ou mais fraco que os restantes. Esta equipa foi-se reconstruindo com jogadores com experiência. Embora o clube esteja pela primeira vez na I Liga, os seus jogadores não são debutantes. Teremos de estar no nosso melhor, com o máximo de concentração, para conseguirmos ficar com os três pontos», sublinhou o professor em jeito de alerta para os seus jogadores.

O primeiro jogo oficial entre Nacional e Arouca apenas ficará na memória dos intervenientes no jogo, já que a Federação decretou que o mesmo se realizasse à porta fechada. Sem público, sem vida e sem alma, como sublinha o treinador.

«Não discuto as razões. Não me apercebi de nada no jogo que ditou este castigo. O Mateus é vítima dessas situações com alguma frequência e nunca houve qualquer penalização. É um tipo de castigo que penaliza o clube, os adeptos, mas sobretudo o futebol. O futebol está carente de gente na bancada e em vez de se promover a presença opta-se por um tipo de multa que afasta o adepto é a modalidade que sai penalizada», reforçou o técnico.

Manuel Machado já jogou em silêncio em duas ocasiões, ambas na Grécia. A primeira conta o Panathinaikos, de Jesualdo Ferreira, no Estádio Olímpico que levaria 80 mil almas. A outra verificou-se em casa do Aris, clube que orientou, e onde sentiu, de facto, a falta do 12º jogador.

«Embora na Choupana nunca tenhamos muita gente, não saímos mais fortes por não termos os nossos 1500 ou 2000 adeptos. Ainda nem preparei os jogadores para este jogo que vai ser jogado numa catedral silenciosa mas vou faze-lo para que não haja adormecimento», rematou o professor.