A excelente temporada do Estoril aguçou o interesse dos principais clubes nacionais em algumas das referências do plantel «canarinho». Carlos Eduardo e Licá são reforços do FC Porto, Jefferson assinou pelo Sporting. Em entrevista ao Maisfutebol, o técnico Marco Silva falou destes jogadores, mas não só.

Ao Carlos Eduardo sempre foi reconhecida enorme qualidade técnica, mas também alguma inconsistência nas exibições. Está preparado para representar um clube como o FC Porto?

O FC Porto tem alguma paciência com os jogadores, o que pode facilitar. Evoluiu bastante. Veio muito novo para Portugal, e toda a gente percebeu que tinha enorme capacidade técnica, impressionante nas bolas paradas, com uma mudança de velocidade fácil. Com o tempo começou a perceber melhor o jogo, mudou alguns processos que trazia enraizados do futebol brasileiro, e tem tudo para chegar ao FC Porto e vencer. Tem uma capacidade enorme. Vai continuar a evoluir, pois o FC Porto dá todas as condições para isso, e se tiver aquela ponta de sorte e agarrar a oportuinidade no momento certo, pode ser um jogador para vingar no FC Porto.

O mesmo se aplica ao Licá? E o principal aspeto a melhorar será a finalização?

Podia ser mais «matador.» É algo que tem vindo a trabalhar. Quando falamos de Licá, para além de talento, falamos de trabalho. É muito humilde, muito solidário. Um jogador de equipa, daqueles que todos os treinadores gostam de ter. Vai para uma realidade diferente, mas vai continuar a trabalhar da mesma forma. Vamos perceber as dinâmicas da equipa, mas é inteligente, percebe tudo do jogo, movimenta-se bem na frente. Irei estar sempre ligado a ele, pois fui o grande responsável pela vinda dele para o clube. Acredito que terá um futuro brilhante.


E em relação ao Jefferson, é sobretudo uma questão de melhorar o aspeto defensivo?

Tem de continuar a trabalhar isso, não pode descurar. O Leonardo Jardim já deu provas do que pretende, é um treinador que gosta de equipas equilibradas, e vai trabalhar isso com ele. É muito poderoso ofensivamente, cruza bem, chuta bem, tem uma intensidade muito forte. É muito forte também nas bolas paradas. Está melhor no aspeto defensivo, mas vai ter de continuar a trabalhar muito. Quando conseguir conciliar o momento ofensivo e defensivo vai ser um lateral muito bom mesmo. Ele tem noção disso. Fomos trabalhando com ele e tem apresentado alguns progressos, e tem de continuar assim.

Embora já tenha sido associado aos «grandes», nomeadamente ao Benfica, sente que o Gonçalo Santos merecia outra atenção?

Tem a ver com as características dele, com a posição que ocupa. Fala-se mais dos jogadores do último terço, aqueles que fazem golos. Se calhar não tem tido o reconhecimento justo, em termos públicos, mas do treinador e do clube tem. Fez duas grandes épocas, e foi muito importante para o que o clube conseguiu.


Sente-se naturalmente orgulhoso pela evolução que estes jogadores tiveram, sob o seu comando...

Faz parte do meu trabalho. Para além de valorizar o clube, é muito importante também valorizar os meus jogadores, e vê-los seguirem rumos melhores para a carreira. Fico sdatisteito por ter feito parte deste processo, com eles. A palavra que melhor define o que sinto é orgulho.