É como diz o título: Mo Farah sentiu o seu orgulho ferido com afirmações feitas sobre a sua nacionalidade e respondeu com um recorde do mundo. «Inspirou-me», afirmou sobre a polémica o atleta britânico depois de ter estabelecido a melhor marca mundial para a dupla milha em pista coberta.

Mo Farah correu as duas milhas em 8:03.40 minutos – batendo o anterior recorde mundial de Kenenisa Bekele em quase um segundo (8:04:34 minutos).
 


O ambiente no «Twitter» ficou calmo, apaziguado mesmo, perante as evidências, mas os dias anteriores não foram bem assim... A resposta dada em Birmigham sucedeu-se a uma troca de comentários nas redes sociais e nos meios de comunicação entre Farah e Andy Vernon, seu colega da seleção inglesa de atletismo.

Aqui deixamos o tom da troca de piropos no Twitter.

Andy Vernon: «Outra equipa de estrelas que Mo Farah vai enfrentar em solo nacional em Birmingham»

Mo Farah: É pena que não tenhas chegado à lista de participantes... outra vez»

Andy Vernon: LOL. Acho que até tu consegues perceber que eu consigo estar nos participantes do Indoor Grand Pirix. Vamos ver se ninguém perde o sapato...»

Mo Farah: Gostava que chegasses lá camarada, para que eu te deixe a comer o pó das minhas passadas, como SEMPRE!! Hahahaha»

Andy Vernon: 1) Para de citar a Taylor Swift. 2) Eu não te odeio Mo. Apenas preferiria ver uma corrida em vez do Mo Show»

Mo Farah: Foi por isso que não te puseram na corrida camarada. Porque tu fazes passar vergonhas. Provavelmente, a Taylor Swift correr mais do que tu»!»


No Twitter de Mo Farah já não se encontram lá os seus comentários. No de Vernon [à hora de escrita deste artigo], alguma desta argumentação manteve-se. E dada tanta troca de galhardete, a polémica passou para comunicação social, pois forma pedidas explicações ao campeão e vice-campeão da Europa dos 10 mil metros. O atleta nascido na Somália ganhou o ouro nos europeus do ano passado, Vernon ficou com a prata.



À imprensa, o bate-boca subiu de tom. Farah acabou por afirmar que, na génese deste conflito, esteve uma insinuação de Vernon depois dos 10 mil metros dos Mundiais. Segundo contou o atleta nascido na Somália na Inglaterra desde os 8 anos, o seu colega de seleção disse que era o verdadeiro campeão europeu.

«Ele ficou em segundo na corrida que ganhei. Estávamos sentando juntos e estavam também uma série de membros da equipa e outros atletas. Ele fez um comentário de que não gostei mesmo, que foi o de dizer que devia ter ganho ouro», afirmou Farah citado pelo «The Telegraph».

E acrescentou: «Eu fiquei Como, o ouro devia ter sido para ti? E fiquei Por que ele era o único tipo europeu? Não se pode dizer uma coisa dessas. Fiquei a morder a línuga na altura. Aquilo magoou-me.»

Vernon explicou-se: «Eu fiz de facto uma piada sendo o campeão europeu, mas foi no contexto de uma conversa – que foi muito bem disposta. Honestamente, não pensei ter feito uma ofensa. Se o fiz, então peço desculpa, mas acho sinceramente que isso foi retirado de contexto para dirigir as atenções para mim. Eu disse-o numa mesa cheia de gente e estávamos todos a divertir-nos nessa altura.»

Nestas declarações também reproduzidas pelo jornal inglês, Vernon reforçou que Farah «riu-se na altura». «Se ele de facto o interpretou fora do contexto não foi sito com essa intenção e eu peço desculpa», acrescentou o fundista britânico, que acabou por ser mais duro quando falou para a «BBC».

Como o próprio Vernon fez questão de replicar do Twitter da estação a anunciar as suas considerações sobre o «ultraje» que estava ser desempenhado por Farah.
 



Os argumentos pela sua defesa continuaram a ser a palavra de ordem na sua rede social. Até ao dia da corrida. A parir daí, o discurso mudou. Não para pior. Mas para o tom de conciliação. Com parabéns incluídos.
 


«O que aconteceu, aconteceu. Temos de seguir em frente. Mas, ao mesmo tempo, sou um atleta, [correr] é o que eu faço melhor», afirmou Farah ao «The Guardioan» depois da tal frase que resumiu a sua maior motivação depois da polémica. «Inspirou-me.»

E à «BBC», o bicampeão olímpico em Londres 2012 (nos 5.000 e 10.000 metros) e tricampeão do mundo não deixou de frisar o seu orgulho britânico por conseguido pela primeira vez um recorde mundial: «Isto significa muito para mim. Eu adoro representar o meu país, retribuir algo para toda esta gente.

No Twitter de Vernon, a imagem de perfil que está colocada é atualmente esta: