O Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) suspendeu esta quinta-feira, por três anos, Marta Domínguez, ao considerá-la culpada de violação das regras antidopagem por «anomalias no seu passaporte biológico». O TAS decidiu também anular todos os resultados obtidos pela  ex-atleta espanhola entre 5 de agosto de 2009 e 8 de julho de 2013.

A Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) e a Agência Mundial Antidopagem (AMA) recorreram ao TAS há 14 meses, depois de a federação espanhola da modalidade ter decidido não sancionar aquela que é uma das atletas de referência do desporto espanhol por irregularidades no seu passaporte biológico, coincidentes com o período em que conquistou o título mundial nos 3.000 metros obstáculos (2009).

A IAAF considerou que os valores sanguíneos presentes no passaporte de Domínguez, entre 5 de agosto de 2009 e 4 de janeiro de 2013, apontavam para dopagem sanguínea continuada e pediu quatro anos de suspensão para a senadora do Partido Popular por Palência, cidade onde nasceu, há 40 anos.

No entanto, o Comité de Competição e Jurisdição da Federação Espanhola ilibou-a em dezembro de 2013.

Com a decisão do TAS, Domínguez, que hoje tinha sido retirada das listas do PP ao congresso de Madrid e cujo nome esteve implicado nas Operações Puerto e Galgo, dois escândalos de dopagem no desporto espanhol, perde o título mundial conquistado há seis anos.

Marta Domínguez já informou, no entanto, através do seu advogado José Rodríguez, que irá recorrer. 

Rodríguez acrescenta que «precisa de tempo» para analisar as 99 páginas do processo do TAS e chama a atenção para o facto de várias situações, como o hipotiroidismo, poderem afetar o passaporte biológico. Considerou ainda a decisão «desrespeitosa» para com o decidido na justiça espanhola.