A Associação de Juízes de Basquetebol (ANJB) e a Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB) mantêm o braço de ferro relativamente às dívidas aos árbitros e ao acordo para a criação de uma nova tabela de pagamentos.

Em conferência de imprensa, o líder federativo mostrou-se otimista quanto a um possível acordo com os juízes que evite a continuação da greve nos jogos deste fim de semana.

«Estou confiante e esperançado de que os campeonatos retomem a normalidade. Espero que exista boa-fé e que impere o bom senso», sublinhou Manuel Fernandes, que já apresentou uma nova tabela em que os prémios dos jogos da Liga masculina oscilam entre os 85 euros (fase regular) e os 115 euros (no 'play-off').

O presidente da federação sublinha que conta com o apoio dos clubes da Liga, da Proliga e das associações: «Continuamos abertos ao diálogo com a ANJB e a aprovação das novas tabelas não vai afetar os árbitros. Nalguns casos até se registaram aumentos na ordem dos 30 por cento, como é o caso do escalão de sub-14.», referiu.

Manuel Fernandes reiterou a ideia de que já existe um acordo de princípio com a ANJB relativamente às verbas em atraso e que já atingem os 170 mil euros.

«Na reunião realizada a 12 de setembro, o presidente da ANJB escreveu que a proposta apresentada pela FPB está de acordo com os valores e o entendimento dos juízes. No dia 21 de setembro, a ANJB emitiu um comunicado a anunciar a indisponibilidade dos juízes para apitarem a partir do dia 1 de outubro. Não entendo estas súbitas mudanças de atitude", adiantou o presidente da FPB.

Quanto ao montante em dívida, o dirigente garantiu que a verba será paga até 8 de dezembro.

«As negociações foram muito tardias. A federação já conhecia os nossos problemas e reclamações. No passado dia 6 de agosto enviámos uma carta à FPB para agendarmos uma reunião com urgência. Mas não recebemos qualquer resposta», apontou Paulo Alves, presidente da ANJB, que contesta o 'timing' da federação.

O presidente da federação retorquiu que não poderia apresentar qualquer proposta aos árbitros antes da Conferência do Calendário realizada a 18 de julho: «Nem sequer sabíamos se as nossas propostas para alterar o quadro competitivo seriam aprovadas», alegou.

O líder da Associação de Juízes acentuou a ideia de que a esmagadora dos juízes estão em sintonia com as posições tomadas pelo organismo a que preside: «Os árbitros estão saturados de toda esta situação, de andarem sempre a receber verbas com atraso.»

Paulo Alves remete para a reunião desta quinta-feira uma decisão final sobre se a Associação de Juízes levanta, ou não, a greve dos árbitros. «Queremos que as tabelas e os planos de pagamento das próximas mensalidades fiquem perfeitamente definidas, com datas concretas e precisas. E isso a FPB ainda não conseguiu apresentar», concluiu.