José Mourinho garante que a Liga dos Campeões não é uma «obsessão» para ele, nem para o Chelsea, na véspera de defrontar o Basileia, no primeiro jogo do Grupo E. De regresso a uma competição que já venceu por duas vezes, o treinador português garante que tem por objetivo passar a fase de grupos e construir uma equipa com identidade, mas pelo meio mantém o sonho de voltar a conquistar o troféu que a equipa londrina conquistou há dois anos sem ele.

Da última vez que Mourinho jogou para a Champions em Stamford Bridge venceu, mas não festejou. Estava no banco do Inter. «Não pude festejar por uma questão de respeito para com os meus adeptos. Amanhã é o meu primeiro jogo na Champions desde que voltei. Vou divertir-me, gosto da Champions, gosto de futebol. Na época passada, o Chelsea, na fase a eliminar, esteve fora do seu habitat, jogou na Liga Europa. Quando começamos com uma vitória, é um grande passo, não ficamos qualificados, mas é um passo importante», começou por destacar.

O treinador destaca o facto da equipa estar de novo a lutar pela Champions, depois de na última época ter vencido a Liga Europa, mas lembra que o Basileia não vai ser um adversário acessível.«Está toda a gente contente por estar na Champions, ninguém estava feliz na Liga Europa. Se me perguntam se quero ganhar, digo que primeiro quero passar esta fase de grupos. É importante para os jogadores jogarem nos grandes palcos. É um grupo mais difícil do que parece. O Basileia ganhou ao United e ao Tottenham nos últimos dois anos», referiu.

Desta vez Mourinho não avança com o onze que vai utilizar amanhã, mas faz algumas revelações. «Não temos lesionados, está toda a gente disponível. Ainda não sei, às vezes sei, mas desta vez não sei. Falei com alguns jogadores individualmente, portanto, alguns sabem que vão jogar porque lhes disse. Disse ao Lampard e ao Oscar, mas aos outros não falei», destacou, acrescentando que vai apostar num onze jovem. «Podia escolher uma equipa com os jogadores mais experientes, mas mas vou escolher uma com quatro jogadores sub-22, porque é disso que precisamos», acrescentou.

Mourinho esteve perto de ganhar a Liga do Campeões na sua primeira passagem pelo Chelsea, mas acabou por conquistar o troféu no Inter. Entretanto, o Chelsea também ganhou o troféu, mas sem o treinador português. Percursos cruzados? «Penso que não podemos olhar para essa questão nessa perspetiva. O Chelsea tinha um sonho que se tornou realidade há dois anos. Mas quando se sonha uma vez, sonha-se duas. Já me aconteceu a mim. Ganhei duas e posso sonhar com uma terceira», referiu.

«Parece ser contraditório, mas ganhei duas Champions, uma no Porto e outra no Inter, mas é aqui que me sinto em casa em todos os aspetos. Não quer dizer que esteja numa posição confortável. Quando és profissional e gostas tanto do clube tens mais razões para tentar dar tudo ao clube», acrescentou.

O treinador reencontrou muitas coisas que não mudaram desde que saiu, mas diz que, agora, o projeto é muito diferente. «Quando se trabalha num clube deixa-se sempre qualquer coisas que perdura por anos. Os teu trabalha acaba quando tudo o que fizeste desaparece. Ainda no outro dia estive a ver o Real Madrid e ainda jogavam com o mesmo sistema e com os mesmos jogadores. Deixei qualquer coisa ali. Com o Chelsea é a mesma a coisa. Agora é uma situação diferente. Temos de construir uma equipa com muitos jogadores talentosos, sem experiência, longe da filosofia que tivemos muito tempo. É uma equipa de raiz que me dá muito prazer», atirou.

Quando à Champions, Mourinho insiste que não é uma «obsessão» e que o objetivo passa por construir uma nova equipa e, se possível, a ganhar jogos. «Não sou obsessivo, nem quero que a minha equipa seja obsessiva. Uma coisa são objetivos e outra são obsessões. O objetivo para esta equipa é adquirir um processo com um final e uma identidade, filosofia e estilo de jogo. Isso é a primeira parte», destacou ainda.