Paulo Bento confia nas suas ideias e rararamente admite que devia ter procedido de outra forma. O selecionador sabe que nem tudo correu bem com a Seleção no Mundial, mas há coisas que não muda. 

Recordando o jogo com o Gana, deixa bem claro: «Nunca pensei por Ronaldo como ponta-de-lança. Contra o Gana jogámos quase sempre com dois homens na frente e defensivamente o jogo todo. Não me passa pela cabeça colocar Ronaldo como único ponta-de-lança desde o início. Não acho que seja o melhor para o rendimento dele ou da Seleção. Não me parece que se sinta confortável nessa posição, mas nem foi preciso dizer-me isso».

A condição de Crisitiano foi tema permanente, assim como a extrema dependência daquele que é considerado o melhor jogador do mundo. «Tentamos que a dependência seja menor, mas sendo nós uma equipa de contra-ataque, um jogador de transição é determinante», admitiu.

Menos fácil de avaliar á condição física do jogador quando o próprio admitiu que o joelho estava em iguais condições no final do Mundial comparando com o período anterior. «Quando chegou não estava a 100%, pois esteve 15 dias sem treinar. Clinicamente estava apto, senão não teria jogado. Joga com queixas, como outros jogadores, mas uma coisa é certa, não forço nenhum jogador se não estiver em condições. Não creio que a lesão tenha condicionado o grupo, porque acho que não se pode fazer nada perante a persistência das perguntas dos jornalistas. Não houve pressão para acelerar recuperação».

No seguimento desta discussão sobre a condição física de Ronaldo, Paulo Bento foi questionado sobre a contratação do fisioterapeuta do Real Madrid, não abrindo muito o jogo sobre quem tomou a decisão: «Há algum tempo que havia a necessidade de colocar mais um elemento nas fases finais. A escolha foi da Federação, com a minha anuência, para poder potenciar a recuperação dos jogadores, não um em especial».