Na primeira entrevista após a eliminação de Portugal no campeonato do Mundo Paulo Bento admitiu erros, mas não de forma específica. Para o selecionador o grande problema esteve mesmo no jogo com a Alemanha.

«Houve coisas que não correram bem. Tinhamos um objetivo definido, que era passar a fase de grupos do Mundial, e não o conseguimos. A nossa participação tem de ser vista como negativa. Uma deceção», admitiu na TVI24.


«O jogo com a Alemanha deixou uma marca negativa que não nos permitiu uma reação consentânea que nos permitisse chegar ao objetivo. Não foi só a questão da derrota, dos números, mas o porquê da derrota, e isso teve consequência no jogo com os Estados Unidos», referiu, acrescentando: «Quem tinha de curar essa derrota era eu.»

Para Paulo Bento há coisas que podem ser explicadas e outras não: «O jogo com a Alemanha teve muitas condicionantes. Não percebemos como perdemos. Houve erros, mas também outras situações, às quais se juntou o avolumar do resultado, jogando muito tempo com dez elementos. Houve um golo cedo, que não me parece que nos tenha tirado do jogo. O 2-0, reduzido a dez elementos e ter de jogar 55 minutos com menos um foi demasiado pesado, ainda para mais com adversário que era. O 3-0 pouco antes do intervalo condicionou ainda mais».

A tudo isto juntam-se «fatores externos que influenciaram, não a vitória, mas o resultado», como é o caso do penalti não marcado sobre Éder, embora o selecionador nunca se refira com palavras ao momento concreto.
«O nosso desempenho não foi um desempenho positivo, mas o jogo da Alemanha deixou uma marca demasiado forte», reitera, admitindo uma vez mais: «Coletivamente não estivemos ao nível que poderiamos e deveríamos ter estado».

E depois os Estados Unidos

Os erros cometidos com a Alemanha não foram resolvidos e o empate com os Estados Unidos acabou por ser um resultado decisivo.

«No jogo com Estados Unidos houve alguns aspetos que condicionaram, como os problemas de ordem física. A nossa exibição contra os Estados Unidos não me parece negativa. Não creio que Portugal tivesse grande domínio sobre adversário, mas também não me parece que o adversário tivesse sido superior. Achando o resultado justo, acho que Portugal teve mais oportunidades. O segundo golo dos Estados Unidos vem contra a corrente do jogo», frisou.

Quanto à reação que teve ao golo de Varela, que deu o empate mesmo nos instantes finais, Paulo Bento foi pragmático: «Não sou de demasiadas euforias. Era um treinador consciente. Aquele golo não nos retirava de continuar no Mundial, mas deixava-nos numa situação complicada».