Num jogo em que o Nacional sofreu para eliminar o Desp. Aves e apurar-se para os quartos-de-final da Taça de Portugal, o técnico dos madeirenses Manuel Machado foi instado a comentar lances de arbitragem e como é seu hábito foi imaginativo na resposta.

[Depois de duas grandes penalidades não assinaladas contra o FC Porto, hoje teve uma contra o Nacional e um lance duvidoso que podia ter sido assinalado uma grande penalidade a favor da sua equipa. Que comentário lhe merece?]

« Vou responder com o título de um livro: Teresa Batista Cansada da Guerra [romance de Jorge Amado, publicado em 1972]. Eu também estou cansado. Ando desgastado de dizer que foi ou não foi grande penalidade...»

[Sobre o golo anulado ao Desp. Aves que motivou a ameaça de abandono do jogo por parte da equipa adversária]

«O presidente da SAD do Aves diz que o quarto árbitro anulou o golo porque estava a conversar comigo?  Ainda bem que temos dirigentes que são ficcionistas. Só perguntei ao quarto árbitro o que se tinha passado e o que me foi dito por ele é que o jogador do Aves já estava em fora de jogo e enquadrado com a baliza desde o primeiro momento, pelo que segundo a lei tinha de ser assinalado fora-de-jogo . Se esse jogador estivesse num flanco, por exemplo, aquando do primeiro remate, o lance seguia... 
Quem me dera ter esses poderes... Nunca mais sofria um golo. Falava sempre com o quarto árbitro.  Tenho aqui a imagem onde se vê que o jogador do Aves está claramente adiantado desde o primeiro momento.»
 

[Acerca do jogo] 
«Moreirense e União da Madeira foram eliminados aqui, o que nos deixava antever as dificuldades por que passámos. O Aves é uma equipa bem estruturada no plano tático. Tivemos a iniciativa do jogo e também a iniciativa no marcador, mas no plano defensivo nem tudo foi tão bom assim. No cômputo geral, o resultado acaba por assentar-nos bem, sem esquecer que as grandes penalidades têm uma vertente técnica, mas também de confiança. Tivemos controlo emocional e o Aves perdeu-o, falhando logo a primeira grande penalidade, o que nos deixou relativamente tranquilos.»