O Desportivo das Aves já havia tombado dos pequenos gigantes da I Liga – Moreirense e União da Madeira –, mas desta vez resistiu, resistiu até cair em casa diante do Nacional num jogo que teve um final emocionante, com decisão nas grandes penalidades, mas que começou com muita polémica e pouco futebol.

Um golo (bem) anulado, protestos, ameaças de abandonar o jogo e muito pouco futebol a embrulhar tudo. Foi assim a primeira parte. Muitos cantos, muitas faltas e pouca bola perto da baliza. Nenhuma oportunidade de golo e quando não se jogava a meio-campo, havia chuto para a frente e a bola a sofrer de maus tratos.

Pior do que o futebol só mesmo a confusão com que tudo terminou ao intervalo.

Golo anulado e ameaça de abandono
Comecemos pelo lance da polémica: Felipe aproveitou um ressalto e rematou para o fundo das redes do Nacional, o árbitro Artur Soares Dias apontou para o centro do terreno, mas recuou na decisão, quando os jogadores já festejavam, por indicação do seu auxiliar Bruno Rodrigues.

O avançado avense estava mesmo fora-de-jogo, mas a confusão estava instalada no estádio, com protestos veementes nas bancadas, a que se seguiu uma decisão inusitada do presidente da SAD da equipa da casa.

«Isto é uma falta de respeito! A equipa não vai regressar para a segunda parte», disse à comunicação social Luís Andrade, já depois de se ter abeirado do relvado comunicado ao delegado ao jogo da sua equipa a decisão, entre aplausos dos adeptos.

Certo é que o Aves não abandonou o jogo, apesar de ter atrasado o regresso dos balneários para o início da segunda parte.

Aves abatido só nos tiros de 11 metros
O melhor mesmo é voltar ao futebol e a uma segunda parte que teve um nível bastante mais razoável e onde o Nacional mostrou mais ritmo de jogo, apesar do desgaste pelo jogo frente ao FC Porto que começou domingo e só acabou segunda-feira, criando perigo sobretudo pelo flanco esquerdo do seu ataque. Pelo lado de Salvador Agra, mais precisamente.

O extremo poveiro serviu-se da sua rapidez e habilidade para inaugurar o marcador aos 63’: apareceu a fazer uma diagonal nas costas da defesa e servido por Gustavo rematou cruzado para o golo.

Agra, que ainda rematou ao poste (num livre aos 79’), não salvou ainda assim a sua equipa do prolongamento.

FILME DO JOGO

Tudo porque a um minuto do final Soares Dias assinalou falta na área de Rui Correia sobre Joel,  numa decisão aparentemente correta, e deu a oportunidade a Nelson Pedroso de igualar.

Mais meia-hora de futebol para decidir quem passava aos “quartos”. E o Nacional adiantou-se quando Luís Aurélio entrou pelo flanco direito e assistiu Soares, que sozinho na área rematou para resolver o jogo.

Estava para vir o segundo golpe de asa do Aves. Depois de salvar a eliminatória em cima do minuto 90, um golo já no segundo tempo do prolongamento: Guedes subiu e cabeceou para a festa nas bancadas.

Novo empate e após 120 minutos de futebol tudo teve de decidir-se nas grandes penalidades… Aí, o Aves falhou duas grandes penalidades e acabou abatido por um Nacional que acertou os quatro tiros de 11 metros.