Com muita tranquilidade, o Estoril venceu o Olhanense, e agudizou a semana agitada que os algarvios tiveram, com as manifestações de alguns sócios pela mudança definitiva dos jogos para o Estádio Algarve. Além da saída (ainda por explicar) de Porfírio Amorim, adjunto de Abel Xavier. João Pedro Galvão e Ruben Fernandes marcaram os golos do Estoril, e Dionisi o do Olhanense.

Abel Xavier mudou o desenho do Olhanense, passando do 4x2x3x1 que utilizou nos primeiros jogos, para o 4x4x2. Talvez, por isso (ou não), Mehmeti ficou no banco para a entrada de Vojtus, avançado mais móvel e que fez companhia a Dionisi, no ataque. O Estoril manteve o habitual 4x3x3, com João Paulo Galvão a entrar para o lugar de Carlitos, que está lesionado. Yohan Tavares regressou ao centro da defesa, após lesão.

E foi João pedro Galvão o primeiro protagonista do jogo, ao aproveitar um trabalho de Evandro, para colocar o Estoril em vantagem, estavam decorridos apenas quatro minutos de jogo. Os canarinhos marcaram na primeira oportunidade que construíram e justificaram depois a vantagem, com o controlo do jogo, jogando bem e com certeza no passe, obrigando o Olhanense a correr atrás da bola.

O domínio da equipa de Marco Silva poderia ser expressado com outros números, se Luís Leal não falhasse na cara de Ricardo, após atraso deficiente de Vítor Bastos. Foi a melhor das oportunidades que os canarinhos tiveram, e que, a serem concretizadas, evitariam que recolhessem para o descanso com o jogo empatado. É que, alicerçado em garra, o Olhanense foi equilibrando a partida e os lances próximos da baliza de Vagner foram aparecendo. Num deles (22), Dionisi aproveitou um ressalto na área para bater Vagner.

O equilíbrio da segunda-parte foi quebrado pela cabeça de Ruben Fernandes, que, aos 63 minutos, saltou mais alto que os centrais do Olhanense e desviou para dentro da baliza um canto marcado por João Pedro Galvão. Um erro imperdoável dos algarvios, que deixaram Ruben Fernandes solto na área, para marcar um golo fácil.

Abel Xavier reformulou a defesa e reforçou o ataque com a entrada de Mehmeti, mas continuou a faltar mais objetividade ao futebol da sua equipa, com pouca segurança nas ações ofensivas. Houve maior visão para a baliza contrária mas feita com menor clarividência.

Mas essa tendência partiu o jogo, com o Estoril a aproveitar esses metros para criar situações complicadas para Ricardo, que por duas vezes evitou o golo, em situações de cara-a-cara, com Luís Leal (74) e Gerso (90+4). Mehmeti (75) também teve o golo nos pés, mas o remate saiu ao lado da baliza de Vagner.

Vitória tranquila do Estoril, que mostrou outros argumentos, tanto individuais como coletivos, sabendo gerir o ritmo do jogo, num controlo que nunca lhe fugiu da mão e que esteve muito longe de ser contrariado pelo Olhanense.