Giuseppe Galderisi já foi apresentado como novo treinador do Olhanense, sucedendo a Paulo Alves, com quem o clube algarvio ainda não tem entendimento em relação a pagamentos. Galderisi, antigo avançado da Juventus e da seleção italiana, quer conquistar o coração e a mente dos seus jogadores e dos adeptos do clube.

Galderisi lidera uma equipa técnica, toda italiana. Danielle Cavaletto e Simone Groppi (técnicos adjuntos), Vincenzo Milazzo (preparador físico), Andrea Spinelli (treinador de guarda-redes) e Fabiano Flora (tradutor), compõem o staff técnico do Olhanense, com compromisso até final da época.

«Dei hoje o primeiro treino e fiquei agradado com o comportamento, disponibilidade e vontade dos jogadores. O primeiro objetivo é entrar na mente e no coração dos jogadores. Creio que [o problema] não é uma questão de modelo de jogo, é uma questão de mentalidade», referiu.

«Quero que sintam, tal como eu o sinto, aquilo que posso dar e propor à equipa. É óbvio que há dificuldades, senão o presidente não me chamava. Cresci como jogador numa equipa grande, como a Juventus, mas estou habituado a treinar equipas pequenas, procurando a vitória com garra e vontade. Não tenho medo deste novo desafio.»

«Não é a primeira vez que oriento equipas em dificuldades. Já tive essa experiência noutras ocasiões e consegui levar sempre os meus objetivos a bom fim. Sou uma pessoa que, com um desafio pela frente, dou tudo o que posso, 24 horas por dia, para agradecer às pessoas que acreditam em mim.»

«Tenho o desafio de conquistar a estima e o afeto dos sócios e adeptos de um clube histórico. O presidente já me falou da história do clube. Mas não sou adepto de falar, sou mais adepto de trabalhar», acrescentou.

Galderisi tem uma opinião formada sobre o futebol português: «Já joguei no Porto pela seleção italiana e ganhámos 1-0. Sempre observei o futebol português. Há aqui grandes campeões, como Eusébio, entre outros. Gosto da mentalidade, da forma de jogar e, ainda que venha de um futebol bom, mas quero aprender a cultura, tradição, paixão e modo de trabalhar dos portugueses», sublinhou.

«Conheço bons treinadores que aqui trabalham, como Jorge Jesus, Jardim, Fonseca ou Marco Silva, e aprecio o seu trabalho. No fundo, amo o futebol e acredito que esta será uma grande oportunidade para crescer. Boniperti, um dirigente histórico da Juventus e meu primeiro presidente, dizia que todas as oportunidades são boas para melhorar e crescer.»

Sem tempo a perder, Galderisi tem cinco dias para preparar o jogo com o Vitória Setúbal. «Mudar o quê? Depende de como os jogadores me aceitem. Em quatro ou cinco dias de trabalho, as coisas que farei bem ou mal, não terei mérito ou demérito pelo resultado. Mas sendo responsável pela equipa, nunca me esconderei. Vamos ter cinco dias para trabalhar ao máximo e impor uma equipa com uma mentalidade que é minha, não é italiana, é europeia. O futebol português não tem a aprender com ninguém. Em primeiro lugar, tenho de olhar para os meus jogadores e, com muito diálogo e muita cumplicidade, perceber qual é o caminho mais rápido para colocar a equipa fora dos lugares perigosos.», disse.

Galderisi afirmou ainda conhecer alguns jogadores do plantel do Olhanense. «Conheço bem Rui Duarte, Ricardo, Luís Filipe, Jander, Kroldrup, ou outros que jogaram em Itália e também falam italiano. A minha vida e paixão é o futebol e informei-me o mais possível a partir do convite que recebi. Temos uma boa base para construir um projeto importante. Tenho de continuar a trabalhar para ganhar a estima de todos, especialmente dos dirigentes e dos adeptos.»

Galderisi acredita que ainda é possível dar a volta à classificação do clube, que já vai na segunda chicotada. «É o futebol. Um dia sou eu o substituído, noutro dia sou eu que substituo, é assim o futebol. Tenho de agradecer a quem esteve antes, fez o máximo que pode e deixou um grupo em bom estado, mas que precisa de resultados, confiança e entusiasmo. Não faço promessas, mas vou arregaçar as mangas, com a ajuda do meu staff, para fazer tudo para atingir os nossos objetivos.».