Há, indiscutivelmente, uma grande diferença entre as duas equipas. Tanto a nível individual, como coletivo. E isso foi bem visível durante os noventa minutos. O Vitória conquistou com naturalidade os três pontos e evidenciou as dificuldades do Olhanense. Um golo de Tomané foi o suficiente para a equipa de Rui Vitória conquistar o triunfo e redimir-se da exibição no derby minhoto, na última jornada.

Rui Vitória não deve ter gostado do comportamento da sua equipa na goleada (3-0) sofrida em Braga, e mudou quatro unidades no onze inicial: saíram Freire, Luís Rocha, Leonel Olímpio e André Santos, para as entradas de Moreno, Abdoulaye, Addy e Crivellaro.

Giuseppe Galderisi efetuou duas alterações, em relação ao onze inicial que derrotou o Vitória Setúbal. Uma por obrigação, dada a lesão de Celestino, e outra por opção, ao deixar Jander no banco. Regula entrou para a posição do brasileiro.

Os minhotos entraram no José Arcanjo com a rota bem definida: o ataque à baliza do Olhanense processou-se de forma sistemática entre o lado direito e a zona central, explorando os espaços existentes entre Luís Filipe e Diakhité. Assim aconteceu no golo madrugador de Tomané (5 minutos), que aproveitou uma boa abertura de Crivellaro para se isolar e desviar a bola de Belec.

Pelo mesmo caminho, os minhotos construíram (e desperdiçaram) oportunidades mais que suficientes para irem para intervalo com vantagem dilatada: aos 22, Crivellaro viu Belec defender para canto, e o mesmo jogador, dez minutos mais tarde, rematou por cima da baliza. Era fácil chegar à baliza algarvia, que os minhotos quase que abdicaram de explorar o corredor contrário.

Inofensiva. Uma palavra que explica a primeira-parte do Olhanense, que apenas efetuou dois remates à baliza de Douglas, e ambos por Regula: na abertura do jogo e antes do intervalo. O primeiro sem direção e o segundo para defesa do guarda-redes, na marcação de um livre.

Os primeiros minutos após o reatamento confirmaram o domínio do Vitória que até acentuou os ataques à baliza algarvia. Esse adiantamento no terreno permitiu transições rápidas ao Olhanense, conseguindo (finalmente!) chegar mais vezes às imediações da baliza de Douglas. Crivellaro ameaçou mais duas vezes, antes de Abdoulaye ter sido expulso por acumulação e amarelos.

Os minhotos, na prática, nunca sentiram essa contrariedade, e, mesmo em inferioridade numérica, não perderam o controlo do jogo e até desperdiçaram a melhor oportunidade: Tomané, de cabeça, levou a bola a embater no poste esquerdo da baliza do Olhanense.

Paulo Baptista não cativou os adeptos do Olhanense, mas o seu maior erro não foi contestado, porque até passou despercebido: aos 19 minutos Amorim desviou a bola com o braço dentro da área, em jogada com Femi, que no seguimento também acabou por cometer a mesma infração.