Pode seguir o jornalista Luís Sobral no Twitter, aqui.

José Couceiro foi esta terça-feira anunciado como director-geral da SAD do Sporting.

O comunicado diz que Couceiro reportará ao Conselho de Administração e assegurará a gestão do futebol da Sociedade.

Mas isso é dizer pouco.

Na prática, até agora a opinião pública olhava para o futebol do Sporting e via o treinador, o director desportivo (Costinha) e o presidente. Agora passará a ver também José Couceiro.

Os cargos, no futebol como em qualquer organização, são primeiro desenhados no papel, mas só ganham verdadeira dimensão com a acção de quem os desempenha. A maneira como José Couceiro vai ocupar o espaço determinará o que sobra para outros. Para Costinha, para o treinador e para o presidente.

Eis algumas questões que vão ajudar a perceber ao que vem Couceiro:

1. Quem fala quando as coisas vão bem?

2. Quem fala quando nada sai bem?

3. Quem negoceia renovações?

4. Quem vende e quem compra?

5. Quem está perto do plantel no dia-a-dia?

6. Quem apresenta jogadores?

7. Quem vai para o banco?

8. Quem vai a reuniões na Liga?

9. Quem fala com o plantel quando é preciso?

10. Por último, Couceiro deseja trabalhar com Costinha e Paulo Sérgio ou apenas os aceita?

Na foto que o Maisfutebol escolheu para manchete, vemos José Couceiro, treinador do F.C. Porto, e Costinha, na altura já um jogador a caminho de deixar o clube portista. Na imagem parecem conversar tranquilamente, numa normal sessão de treino.

Desde aquela data, muito sucedeu na carreira de ambos. Costinha chegou agora ao papel de dirigente e nenhum indício, até agora, o recomenda para o lugar. Couceiro, enquanto treinador, teve no Dragão o seu trabalho de maior responsabilidade. E também nada garantia, depois das passagens por Lituânia e Turquia, que outro grande lhe voltasse a telefonar.

Couceiro tem em comum com Costinha uma personalidade forte, gosto pelo jogo e nenhum receio em enfrentar desafios arriscados, como de resto se vê. No entanto, é justo dizer que entra no Sporting num momento mau: nesta fase, inevitavelmente as pessoas olharão para o antigo seleccionador sub21 como o homem que vai ajudar, pela posição que ocupa, a devolver alguma competitividade à equipa de futebol. O que, sabe-se, não é trabalho para um homem só.

Se me perguntarem se acho que vai conseguir fazer a diferença, a resposta é clara: não. Gostava de me enganar, até porque aprecio algumas das características de Couceiro (o que está longe de querer dizer que sempre estivemos de acordo) e o Sporting precisa de melhorar. Infelizmente, acho que em Alvalade a coisa é bem mais compelxa.

Pode seguir o jornalista Luís Sobral no Twitter, aqui.