Orlando Sá leva tudo à frente no Chipre. Em três jogos soma cinco golos e uma assistência. Em todos eles foi eleito pela Liga o melhor em campo. Já é, de resto, o goleador máximo do campeonato. O início da segunda época no AEL Limassol está a ser de sonho e o Maisfutebol conversou com o internacional português, encontrando-o de pés bem assentes no chão e com uma missão em mente: provar que as qualidades que despontaram no Sp. Braga e o levaram ao F.C. Porto estão intactas.

O avançado não tem dúvidas: «É o melhor início de temporada da minha carreira». E se é assertivo nesta afirmação, também o é a encontrar o motivo. «Ajuda muito o facto de ter feito a pré-temporada, este ano. Já não fazia há quatro anos!», recorda.

De facto, mais do que cobrar, muitas vezes interessa perceber os motivos de épocas menos conseguidas. O caso de Orlando Sá é paradigmático: surgiu no Sp Braga de Jorge Jesus, revelou-se pela seleção, foi contratado pelo F.C. Porto e, a partir daí foi perdendo gás, ano após ano.

Ele mesmo sublinha: não faz uma pré-temporada desde que saiu do Sp. Braga. «E foi nessa época que consegui dar o salto para o F.C. Porto. A pré-época é mesmo muito importante para mim», explica ao nosso jornal.

Chegou ao F.C. Porto a braços com uma lesão grave no joelho. Mudou-se para o Nacional, no ano seguinte, já com o campeonato a decorrer. Foi contratado por Fulham e AEL Limassol no último dia do mercado. Este ano teve a tranquilidade que desejava para trabalhar. Os frutos estão à vista.

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«No ano passado só fiz meia época, tive problemas físicos, alguns extra-futebol e problemas de adaptação que são naturais. Cheguei no último dia do mercado, comecei mais tarde e só fiz seis golos no campeonato. Marquei também na Liga Europa ao Marselha e na Taça, mas a época não correspondeu às minhas expetativas», assume.

Mas 2013/14 está a ser um ano diferente. «Agora estou mais adaptado e mentalizado. Quero estar bem e marcar golos para poder, mais tarde, abraçar outro projeto com mais visibilidade», revela.

«Vou mostrar que estou vivo»

Abriu o campeonato com dois golos ao Ethnikos Achnas. Fez mais um ao Apoel na jornada seguinte e voltou a bisar no último fim-de-semana frente ao ENP. Transborda confiança, portanto.

«Estou com força e vou mostrar às pessoas as minhas qualidades. Vou mostrar que estou vivo. Quero ajudar o meu clube e quem sabe, no final do ano, aparece algo bom», reitera.

De facto, Orlando Sá não esconde o desejo de voltar a Portugal. «Tenho saudades não só do futebol mas de tudo o que envolve Portugal. Dos amigos, da família, da comida...», assume.

Os números de Orlando Sá nos últimos anos

Mas são essas saudades que lhe dão força para trabalhar a cada dia, garante: «Quero fazer um grande trabalho e voltar em grande ao meu país. Quero trabalhar para voltar e sentir que valeu a pena estes anos da minha vida que passei longe de Portugal.»

O balanço, para já, é positivo, mas não é definitivo. «Só daqui a uns anos poderei avaliar se vir para o Chipre foi a aposta certa, mas para já está a ser excelente. De qualquer forma, foi a minha escolha e estou aqui mentalizado em mostrar as minhas qualidades e ajudar a equipa», encerra.