Não houve golos, mas houve muita luta e um jogo rasgadinho, com emoção até ao fim.

Este era um duelo para tirar dúvidas e traumas nos dois lados da barricada.

O Paços tinha a urgência de voltar a ganhar. O Rio Ave acusava a necessidade de compensar, de novo, fora de casa, o que insiste em perder dentro de portas.

A equipa da casa entrou disposta a marcar: queria muito, mas não sabia muito bem como. A intranquilidade está gravada na pele da equipa e o caso não é para menos, se olharmos para a constância de maus resultados, numa época em permanente sobressalto.

Mesmo assim, vontade não faltou. No arranque, ficou logo evidenciada a disposição ofensiva dos pacenses, com três remates nos primeiros cinco minutos.

O problema veio, no entanto, rapidamente à tona: o Paços até tem quem construa, mas não tem concretize. Para mais, do outro lado estava um Ederson atento, a responder às mais diversas solicitações.

O Rio Ave, que entrara matreiro, a chamar o adversário intranquilo, foi assumindo cada vez mais a posse de bola, à medida que o tempo ia correndo.

A meio da primeira parte, a agulha virava de domínio territorial pacense para maior iniciativa do Rio Ave.

Numa primeira parte pautada pelo equilíbrio, imperou a ansiedade pacense e a inconsequência vila-condense na exploração do contra-ataque.

Os pacenses repetiram a atitude no reatamento. Atirados para a frente, com fome de golo, mas muito pouco discernimento. Bebé, no primeiro lance de construção do segundo tempo, teve o golo nos pés, mas atirou por cima.

O Rio Ave foi dando sinais de que o empate não seria de desperdiçar. E correu ainda menos riscos do que na primeira parte: só explorava o contra-ataque quando era mesmo seguro fazê-lo.

Mesmo assim, o conjunto de Nuno Espírito Santo sonhou com o 0-1, num remate perigoso de Ukra (aos 68).

O Paços bem queria, mas milagres, em futebol, acontecem menos vezes do que se pensa. Bebé bem tentou surpreender, mas Ederson estava atento (71) e evitou o golo.

Perante a ineficácia dos pacenses, o Rio Ave voltou a acreditar. Hassan entrou cheio de vontade e, em poucos minutos, causou muito mais perigo do que Joeano em 74.

O avançado egípcio entrou bem no jogo, deu novo poder de fogo ao Rio Ave e, na parte final, a equipa vila-condense esteve mais perto de marcar.

Deu empate, até foi justo assim. Mas este jogo pedia golos. Tinha sido bem melhor.