oitavo ponto deste artigo seria, naturalmente, o ponto conquistado pelo Benfica em Guimarães. O FC Porto falhou no Restelo e apressou a festa encarnada na Liga. O Maisfutebol acrescenta à celebração de Guimarães outros sete momentos-chave da equipa de Jorge Jesus ao longo da época, começando no descalabro europeu e terminando no 0-0 frente ao FC Porto na Luz. Ou melhor, terminando em Guimarães, no domingo de todos os festejos.  

1. Eliminação das provas europeias

Uma vitória, dois empates e três derrotas num grupo onde estavam ainda Zenit, Mónaco e Bayer Leverkusen é pecúlio paupérrimo para uma equipa com as aspirações do Benfica. As águias fecharam este agrupamento no último posto e despediram-se da Europa no dia 9 de dezembro, após um desconsolado nulo contra o Bayer Leverkusen. O regresso à felicidade aconteceria cinco dias depois, no Estádio do Dragão. Sem os compromissos europeus, Jesus geriu com algum à-vontade o plantel para as provas nacionais e o ataque ao título.
 

O empate dececionante contra o Bayer

2. Vitória no Dragão com sabor a Lima
14 de dezembro de 2014, prenda de Natal antecipada no sapatinho de Jesus. Dois golos de Lima deitam o Dragão abaixo e provocam a primeira derrocada séria na estrutura do rival. Com uma estratégia conservadora e a apostar no erro contrário, o Benfica começou a impor a superioridade numa Liga disputada com o FC Porto até à penúltima ronda. Julen Lopetegui dizia-se convencido que o FC Porto iria ser campeão, algo que a realidade tratou de contrariar. Cinco meses depois, o eco dessa derrota azul e branca atingiu o limite do insuportável para a causa portista.
 

Lima resolveu o jogo no Estádio do Dragão

3. Artur-Júlio César: passagem de testemunho

Invertemos a lógica cronológica e recuamos uns meses para evocar o jogo em que o Benfica passa a ter um guarda-redes de dimensão-extra na baliza. Jornada 9, 31 de outubro de 2014, Júlio César torna-se, em definitivo, a primeira escolha de Jorge Jesus, depois de ter dividido com Artur Moraes – por força de alguns problemas físicos – essa responsabilidade nas primeiras semanas. Estabilidade, comando, experiência, uma diferença por demais evidente entre o anterior número um e o internacional brasileiro. Júlio César falharia mais quatro jogos na Liga, durante o mês de fevereiro e novamente por problemas físicos, mas voltaria rapidamente
para ser uma trave mestra deste bicampeonato.
 

Júlio César em ação no Benfica-FC Porto

4. Derrota e bronca em Paços de Ferreira

26 de janeiro de 2015. Forte abalo na aparente incontrolável força benfiquista. Derrota na Mata Real, com uma grande penalidade sofrida nos derradeiros minutos e Eliseu a ficar com as orelhas a arder
, muito criticado por Jorge Jesus ainda dentro do relvado. No dia seguinte, porém, o FC Porto revelou novos tiques de incompetência e perdeu por 1-0 no Estádio dos Barreiros, casa do Marítimo. O Benfica percebeu que podia contar com a incapacidade de Lopetegui e pupilos nos momentos-chave, como se voltou a confirmar novamente este domingo, em Belém. O Benfica falha? Não há problema, o FC Porto não faz melhor.
 

Benfica caiu na Mata Real em janeiro

5. Golo de Jardel em Alvalade
8 de fevereiro de 2015. Aos 86 minutos, Jefferson marca para o Sporting e coloca o Benfica em dificuldades, a um canto, de cabeça baixa. Mas a águia não desiste, reage e é premiada com um golo fora de horas em Alvalade. Jardel dá um ponto importantíssimo, fundamental até, no Clássico e afasta os leões da corrida pelo ceptro nacional. Balão de Pizzi para a área, Jonas faz uma insistência e, na dividida com Jefferson, a bola sobra para Jardel, que aproveita a cortina de Maxi e bate Rui Patrício com um remate rasteiro de pé direito! O retrato de uma jogada traumatizante para o leão. 
 

Jardel e colegas celebram empate em Alvalade

6. Seis golos ao Estoril: manjar de luxo
28 de fevereiro de 2015. Maior goleada do bicampeão nacional na Liga. Dois de Jonas, Luisão, Salvio, Pizzi e Lima, o Estoril-Praia desfeito. Mais importante do que os três pontos, a dimensão da eficácia e qualidade benfiquista. O Benfica vivia, por esses dias, uma fase de enorme saúde, só interrompida semanas depois em Vila do Conde.
 

Estoril esmagado na Luz: 6-0

7. Nulo na receção ao FC Porto
26 de abril de 2015. Jorge Jesus bloqueia a necessidade premente do FC Porto e o empate agrada às águias. Jogam em casa, sim senhor, atacam pouco, também é verdade, mas no final dos 90 minuto continua na frente e Jesus aparenta mais controlo do que Lopetegui. O técnico espanhol do FC Porto aborda o colega de profissão no final da partida e só não chegam a vias de facto porque são agarrados por outras pessoas. Os dragões falham o ataque ao comando, num jogo com poucas oportunidades de golo. Percebe-se, depois da partida, que muito dificilmente o bicampeonato fugiria da Luz.
 

Jesus e Lopetegui pegados no Clássico