A exemplo do que aconteceu com Bosman em 1995, é um desconhecido, Andy Webster, o protagonista do caso que pode voltar a mudar a face do futebol europeu. O defesa central escocês, natural de Dundee, tem 25 anos (festeja 26 no dia 23 de Abril), está no Rangers emprestado pelos ingleses do Wigan e somou 22 internacionalizações A pelo seu país.
Em Março de 2001, Webster assinou pelo Heart of Midlothian Football Club, que pagou pouco mais de 100 mil euros ao Arbroath pela transferência. Foi presença regular no Hearts durante cinco anos, mas depois de uma desavença sobre o seu contrato foi posto de parte, precisamente num encontro frente ao clube da sua terra, o Dundee United. O dono, Vladimir Romanov, chegou mesmo a sugerir que o defesa iria deixar o clube em breve.
O internacional escocês rescindiu unilateralmente o contrato em Agosto de 2006, invocando a liberdade de mudar livremente para um clube estrangeiro, de acordo com o artigo 17 do Regulamento de Transferências da FIFA. Assinou pelo Wigan, mas voltaria à Escócia a 4 de Janeiro de 2007, emprestado ao Rangers. Uma semana depois, o Hearts queixou-se à FIFA. O organismo, depois de dar luz verde à transferência, determinou a Maio de 2007 que não havia justa causa para a rescisão, suspendeu o jogador por dois encontros e sentenciou-o com 842,5 mil euros de indemnização.
Webster lesionou-se com gravidade e perdeu a segunda parte da época 2007/08, regressando logo depois do fim da Premier escocesa, num amigável frente aos norte-americanos do Los Angeles Galaxy, no Home Depot Center. Em Junho, o Wigan concedeu ao Rangers a prorrogação do empréstimo. O primeiro encontro oficial surgiu no dia 1 de Setembro, frente ao Gretna, e o defesa coroou a estreia com um golo marcado.
No entanto, quando se esperava um novo boom na carreira, uma lesão no mesmo joelho que adiara por vários meses o seu primeiro encontro oficial em Glasgow afastou-o dos relvados até 14 de Janeiro de 2008, altura em que voltou aos treinos. No dia 30, o Tribunal Arbitral do Desporto contrariou a decisão da Câmara de Resolução de Litígios da FIFA e estipulou que a indemnização a pagar ao Hearts fosse apenas o relativo ao valor dos vencimentos devidos até ao final do contrato.