A petição pública que exige a demissão do ministro Miguel Relvas foi entregue no Parlamento com 5.232 assinaturas recolhidas. E a representante do movimento que entregou o documento pediu também a demissão de todo o Governo.

«Aqui, trata-se de a Assembleia da República e de os partidos que a compõem tomarem a iniciativa de promover uma moção de censura ao Governo que é a decorrência lógica deste texto», defendeu uma das promotoras da iniciativa, Sónia Sousa Pereira, após entregar as assinaturas recolhidas.

Instada a clarificar se o objetivo final da petição é provocar não só a queda do ministro mas de todo o Governo, a peticionária respondeu afirmativamente, argumentando que «isso é a decorrência jurídica da petição».

Na opinião de Sónia Sousa Pereira, em causa está «uma questão de dignidade governativa» que não isenta de responsabilidades o próprio primeiro-ministro que, «ao ver os sinais públicos, ainda assim pretendeu manter» Miguel Relvas em funções.

Desde meados de julho que um grupo de cidadãos reclama a demissão do ministro Miguel Relvas, promovendo, todas as segundas-feiras, concentrações em frente ao edifício da Assembleia da República.

Entre os motivos do protesto estão, entre outros, a forma «ultra-rápida» como Miguel Relvas fez a licenciatura na Universidade Lusófona, os «contactos havidos com o sr. Jorge Silva Carvalho» e «as pressões exercidas» sobre uma jornalista do Público que «foram objeto de censura moral por parte da Entidade Reguladora da Comunicação Social».