Miguel Relvas terá ajudado a Tecnoforma, empresa de que Passos Coelho foi consultor, a conseguir o monopólio da formação em aeródromos na região Centro.

De acordo com o «Público», em causa estão vários cursos de formação de um contrato de cerca de 1,2 milhões de euros.

As ações de formação eram dirigidas a funcionários municipais que iriam trabalhar em sete pistas de aviação e dois heliportos. Segundo o diário, metade deles estavam na altura fechados ou tinham operações reduzidas.

A Tecnoforma conseguiu vencer o concurso, depois do então secretário de estado da Administração Local, Miguel Relvas, ter estabelecido um protocolo onde encaixava precisamente o projeto de formação da empresa de Passos.

O agora ministro dos Assuntos Parlamentares, em conjunto com o então detentor da pasta das Obras Públicas, Jorge Costa, justificaram a urgência do protocolo com questões de segurança e com os «atentados terroristas de 11 de Setembro nos EUA».

Ao abrigo do programa Foral, que Relvas também coordenava, a Tecnoforma deveria dar mais de mil formações. No final, apenas cerca de 50 funcionários terão assistido às aulas, sem nunca terem recebido a respetiva certificação.

Os gabinetes de Passos Coelho e de Miguel Relvas rejeitam que tenha havido qualquer favorecimento ou interferência pessoal no contrato estabelecido em 2004.