Os jogadores da seleção portuguesa que vão decidir o apuramento para o Mundial 2014 com a Suécia, nos dias 15 e 19 deste mês têm, em média, quase menos dois jogos nas pernas do que os seus homólogos suecos. Uma comparação entre os dois lotes de convocados, e os prováveis onzes iniciais, mostra que as limitações de escolha de Paulo Bento se traduzem na chamada de vários jogadores pouco utilizados nos seus clubes, ou que estiveram ausentes do relvado por períodos longos. 

No primeiro caso, os exemplos de Nani e Fábio Coentrão são os mais flagrantes: o extremo do Manchester United (410 minutos) e o lateral do Real Madrid (298) têm, respetivamente, menos de cinco e de quatro jogos completos pelos seus clubes, um dado que ganha especial relevância se considerarmos que, à partida, e estando em boas condições físicas, seriam titulares na equipa das quinas.

Os convocados da Suécia

Os convocados de Portugal

No segundo caso, jogadores que estão, ou estiveram até há pouco tempo, sem competir, ressalta o nome de outro habitual titular: Raul Meireles regista apenas 398 minutos pelo Fenerbahçe e, pior ainda, não joga desde final de setembro, devido a lesão. Também Éder (510 minutos pelo Sp. Braga) e Bruma (370 minutos no Galatasaray) chegam ao play-off em claro défice de competição, por motivos diferentes.

Outra situação complicada é a de João Pereira, que voltou neste domingo ao banco do Valência, depois da lesão muscular sofrida há dez dias. Foi a segunda paragem do lateral no mês de outubro, por lesão, embora Paulo Bento já tenha sublinhado a convicção de que vai poder contar com ele. A alternativa para o lugar é André Almeida, que nos últimos jogos tem sido titular no Benfica, mas desde o início de temporada soma apenas 540 minutos pelo clube.

Mesmo considerando que dois jogadores (Adam Johansson e Anders Svensson) atuam no campeonato sueco, que já leva 30 jornadas, a diferença para os suecos é muito significativa: em média, os 24 convocados de Paulo Bento somam 774 minutos nos seus clubes (8,6 jogos completos), contra a média de 935 minutos dos suecos (10,4 jogos). Já se considerarmos os prováveis onzes iniciais, admitindo que os prováveis titulares estão em condições, essa diferença está mais atenuada: os habituais titulares de Portugal mantêm a média do grupo (média de 8,7 jogos pelos clubes) enquanto a média dos onze suecos com estatuto titular cai para 9 jogos.

No plano individual, e descontando os tais dois jogadores que competem num campeonato com calendário de inverno, o defesa Bengtsson, do FC Copenhaga (1440 minutos), e o médio Wernbloom, do CSKA Moscovo (1326 minutos) são os elementos da Suécia com mais competição nas pernas antes do play-off. Já do lado português, Cristiano Ronaldo é, claramente, o jogador mais utilizado pelo seu clube, com 1530 minutos no Real Madrid. Segue-se Antunes, com 1158 minutos ao serviço do Málaga.