Paulo Bento vai «esgotar todos os prazos» antes de fazer a lista definitiva para o Mundial 2014 e admite convocar jogadores que não tenha utilizado até agora, como Ricardo Quaresma ou José Fonte.

«No Euro 2012, houve dois jogadores que foram à fase final sem antes terem estado connosco», recordou Paulo Bento numa conferência no Fundão, lembrando os casos de Miguel Lopes e Custódio quando questionado sobre a possibilidade de o extremo do FC Porto ou o defesa do Southampton ainda virem a entrar na lista dos 23.

«Nós nunca alterámos nenhum critério que definimos no primeiro dia: a qualidade dos jogadores, o rendimento, a assiduidade e a nossa necessidade», insiste o selecionador, citado pela Lusa, já depois de ter dito como vai abordar a constituição da convocatória: «Esgotaremos todos os prazos possíveis para ver os jogadores potencialmente selecionáveis e depois tomar a melhor decisão.»

De resto, Paulo Bento garantiu ainda que as suas escolhas são imunes a interesses comerciais ou de patrocinadores: «Eu escolho os 23 que acho que nos podem dar mais garantias de ter o maior rendimento possível. Tudo o resto me passa ao lado.»

Quanto à equipa, Paulo Bento falou das várias soluções táticas que têm de estar previstas e da utilização de Cristiano Ronaldo a ponta de lança. «Numa situação inicial, à partida, não. Durante o jogo, jogando acompanhado por outro colega na frente, é possível que possa acontecer», afirma, acrescentando que o recurso a um sistema de 4x4x2 «é uma possibilidade que tem de estar sempre na mente: «O que pretendemos é criar o maior número de alternativas, para que os jogadores se sintam o mais confortáveis possível, para terem o melhor rendimento.»

Paulo Bento desvaloriza de resto as limitações na frente de ataque, face às lesões de Hugo Almeida, Hélder Postiga e Éder: «Temos conseguido arranjar sempre pontas de lança, embora não na quantidade que desejávamos. Não deixamos de ter um leque de jogadores que, estando em condições, nos devem deixar tranquilos.»

Numa abordagem global ao Mundial, o selecionador considerou que os favoritos são Brasil, Argentina, Alemanha e Espanha, considerando ainda que Chile e Colômbia têm jogadores «para fazer uma boa campanha» e que a Itália também pode ter uma palavra a dizer.

Portugal quer «chegar aos oitavos de final e depois competir com os adversários de igual para igual, para chegar o mais longe possível», acrescenta, falando de um grupo «equilibrado» para a seleção, com Alemanha, Gana e Estados Unidos.