Seis anos depois, Portugal sofreu nova derrota em fases de qualificação em sub-21. Derrota por 3-1 na Bósnia, num início de jogo fulgurante da equipa de Rui Jorge, a dar lugar a um descalabro de crescente nervosismo e ansiedade após o empate. A última derrota tinha sido a 11 de outubro de 2011, com a Rússia.

O início de Portugal foi muito bom. Equipa controladora, ávida de golo, a assumir despesas do jogo. Nos primeiros dez minutos, mal se viu bola senão no meio campo da Bósnia, encolhida pela forte entrada dos homens de Rui Jorge.

O início de Portugal teve, pois, pés e cabeça. E foi a de Gamboa que levou a bola ao ferro da baliza de Trkulja (9m). Claro aviso, prenúncio de um golo que surgiu logo a seguir. Xadas variou da direita para a esquerda, Yuri Ribeiro recebeu no corredor esquerdo, viu João Carvalho sem oposição e o médio tratou do resto: remate frontal, em arco, a entrar junto ao poste esquerdo.

A toada de domínio luso manteve-se nos primeiros 15 minutos. Não surpreenderam, pois, os 68% de posse de bola até então.

Porém, o figurino do jogo foi mudando por essa altura, quando Demirovic viu ser-lhe anulado um golo por fora de jogo. O lance espevitou os bósnios, Civic atirou à malha lateral (21m) e Serbecic igualou no lance a seguir. A canto de Loncar, o central bósnio desviou de cabeça após um primeiro toque ao primeiro poste, num lance de fraca abordagem defensiva de Portugal.

A igualdade justificava-se ao intervalo, pela garra – superior ao talento – da equipa da casa, que assustou em vários cantos. Ainda assim, pertenceram a Portugal as melhores ocasiões antes do descanso: Gil Dias (36m) viu Trkulja defender e Xadas (45m) não deu melhor direção a um cabeceamento.

FILME E FICHA DE JOGO

Regresso com um Portugal foi ansioso e pouco concreto na procura de nova vantagem, a perder os lances junto da área contrária. Rui Jorge lançou Diogo Gonçalves e João Félix antes da hora de jogo, mas a bola nem lá ia nas jogadas mais pensadas. Em alternativa, Rúben Neves procurou a meia distância (64m) no mais sério aviso até então para Trkulja.

A surpresa começava a desenhar-se, tanto quanto a instabilidade lusa à procura do golo. A formação balcânica ia assustando com a criatividade de Jukic e colocou Portugal em pior estado aos 77 minutos. Cavar ganhou a bola a meio campo e assistiu Demirovic para o remate cruzado à entrada da área.

Portugal acabou o jogo em cima do adversário. Já com Pedro Delgado em campo, foi do banco de suplentes que saíram as melhores chances para o empate: João Félix rematou a rasar o ferro (82m), Pedro Delgado obrigou Trkulja à defesa da tarde (86m) num remate potente fora da área e falhou o empate pouco depois, na sequência de um canto. Contudo, não se livrou de calafrios em contra-ataque e a Bósnia sentenciou no último lance do jogo, por Menalo.