O bastonário da Ordem dos Advogados e ex-presidente da respectiva Comissão de Direitos Humanos, Marinho Pinto, disse esta terça-feira que «é um absurdo» vir a proibir o uso do véu islâmico nos países europeus, proposta pela vice-presidente do Parlamento Europeu.

«É um absurdo, sou contra esse tipo de proibições», afirmou Marinho Pinto aos jornalistas, à margem de uma reunião no Ministério da Justiça, em Lisboa.

A deputada liberal alemã e vice-presidente do Parlamento Europeu, Silvana Koch-Mehrin, defendeu, num artigo publicado num jornal alemão, a proibição do véu islâmico, conhecido por «burka», em todos os países da União Europeia (UE).

O bastonário dos advogados disse que «esse tipo de medidas legitima outros fundamentalismos e esta é uma medida fundamentalista», acrescentando que o Estado não deve proibir comportamentos que não coloquem em causa a dignidade do cidadão.

«As pessoas que são obrigadas a usar a burka deviam ser protegidas», defendeu. «Faz parte da liberdade individual de cada um usar», disse, acrescentando que, «escolhendo a religião, cada pessoa tem direito a usar os símbolos dessa religião».

A proibição da burka tem sido tema de debate em vários países europeus.