O Sporting voltou a entusiasmar Alvalade com o regresso de Marat Izmailov à titularidade aliado à nova «magia» de Matías Fernandez que resultou numa importante vitória sobre o Portimonense (2-1). Depois de uma primeira parte de bom nível, com dois golos, os leões acabaram, mais uma vez, em sofrimento, com uma vantagem curta e reduzidos a nove pela expulsão de André Santos e João Pereira. Mas o mais importante foi alcançado, os leões continuam a depender deles próprios para chegar ao último lugar do pódio, aquele que lhes dá mais tempo para preparar a próxima temporada. Os algarvios, por seu lado, ficam praticamente condenados a regressar à Honra.

Com Zapater e André Santos mais fixos, a oferecerem a consistência necessária no miolo, o Sporting partiu para o ataque com um «carrocel» montado por Izmailov, Matías Fernandez e Yannick Djaló no apoio directo a Postiga. Três jogadores em constantes movimentações a baralhar por completo as marcações da defesa algarvia e a abrir caminho para as subidas de João Pereira e Evaldo pelas alas. O Sporting subia em bloco, criava oportunidades, mas depois demorava a recuperar, expondo-se aos rápidos contra-ataques do Portimonense.

Mas eram os leões que mandavam, com a aliança entre Izmailov e Matías a redobrar a criatividade, o improviso e abertura de espaços na fechada defesa algarvia que, além do quarteto defensivo, contava ainda com Elias e Soares a servirem de tampão na zona central. Candeias e Hélder Castro também ajudavam a fechar as alas, ficando apenas Lito e Kadi soltos para o contra-ataque. As oportunidades sucederam-se na área de Ventura, mas o primeiro golo só chegou aos vinte minutos e num lance de bola parada. Canto curto de Matías e cabeçada de Postiga. O avançado já tinha contado com uma oportunidade soberana, mas foi fintado por duas evidências que têm marcado a sua temporada: além de estar em fora-de-jogo, acertou no poste.

No meio do sufoco leonino, o Portimonense contou com duas oportunidades para marcar. Primeiro num lance em que o Sporting ficou a reclamar uma falta sobe Yannick permitindo um rápido contra-ataque. Valeu a saída de Patrício a desarmar Kadi. Depois numa «bomba» de Kadi de fora da área com Patrício a defender com uma estirada espectacular e a arrancar aplausos das bancadas. Mas foram duas excepções num jogo que o Sporting tinha sob controlo. Na sequência de uma recuperação de Matías, o chileno abriu caminho para o segundo golo, com uma abertura para Yannick que ofereceu o golo a João Pereira.

Depois da festa, o pesadelo

O Sporting consolidava uma vantagem merecida que só pecava por ser magra, tal foi o volume de jogo dos leões. Um resultado que não interessava ao Portimonense, à beira do precipício para a Honra, e Carlos Azenha, no arranque da segunda parte, lançou Pires e Ivanildo. A entrada de dois homens frescos aliada à menor intensidade dos leões, equilibrou o jogo e, depois de duas ameaças de Ivanildo, Pires reduziu mesmo, num lance em que parece controlar a bola com a mão. O Sporting já tinha trocado Yannick, com problemas físicos, por Valdés e o chileno não demorou muito a mostrar-se. Primeiro com uma bomba que bateu na trave e no poste antes de ser devolvida para o terreno do jogo, depois com um remate cruzado que passou a rasar o poste. Couceiro prescindia definitivamente do «carrocel» com as consecutivas saídas de Matías e Izmailov, refrescando a equipa com Vukcevic e Saleiro.

Mas o pior estava para vir. O que parecia ser um jogo de festa em Alvalade, com mais de trinta mil adeptos nas bancadas, transformou-se subitamente num pesadelo, com o Sporting a ficar reduzido a nove em poucos minutos. Primeiro André Santos que viu um segundo amarelo, aos 81 minutos, numa avaliação exagerada de Duarte Santos. Cinco minutos depois foi João Pereira, ao que tudo indica por uma palavra. Depois foi sofrer, sofrer e confiar a vitória em São Patrício.